Eu celebro a vida! E você?



Hoje eu completo 36 anos. É o segundo aniversário celebrando em meio à uma pandemia. A vida nunca mais será a mesma depois dessa pandemia. Dizem alguns... Será? A real é que eu tenho as minhas dúvidas. Assim, eu sei que a vida nunca é a mesma com ou sem pandemia, mas nesse sentido que as pessoas levantam... Não sei não. Sem ser pessimista, apenas realista, com algumas exceções (sempre vou dar valor as exceções) será mesmo que o ser humano aprendeu alguma coisa?

Eu aprendi a valorizar ainda mais a minha vida e aqueles com quem compartilho os meus momentos. Mesmo as pessoas distantes, tentei mandar um oi. Até as pessoas desconhecidas ganharam um especial lugar em meu coração, elas fizeram muito parte da minha vida nesse um ano e pouco de pandemia. 

Mas, vi famílias brigando por questões tão desnecessárias à elas mesmas que fiquei me perguntando: sério mesmo? Sério que você só vai lembrar de amar esse ente querido quando ele morrer? Sério que você não vai dar uma oportunidade de tentar conviver e entender que pessoas têm sim ideais e crenças diferentes? Eu não sei, eu morro de medo de bolhas, vivo me policiando para não cair na armadilha de acreditar que apenas o meu ponto de vista faz sentido. 

Eu tenho as minhas crenças e me apoio em ideias para viver a minha vida. Se você conviver comigo, provavelmente vai sentir todas elas saindo pelos meus poros de modo natural, nada forçado, muito menos para divulgar pelas redes sociais. Acredito que o fato de ser um ser humano que respeita o outro ainda conta e, conta muito. Com certeza não vou ser favorável a todas as suas ideias, sonhos e modos de viver, nossas crenças com certeza vão ser diferentes, eu vou até me expor um pouco para você, contando o que penso - se você quiser saber -, mas não vou te forçar a fazer o que eu quero. Não faz sentido.

Sim. Estamos em uma situação política que deixam todos ainda mais sensíveis. Prontos para uma batalha que, sinceramente, acho que estão brigando de forma errada. Por exemplo, porque mesmo você posta e fala tanto sobre o quê você não gosta? Já pensou em virar o jogo falando apenas daquilo que você acredita? Já pensou em abrir a cabeça para conversar, conversar real. A gente não começou essa pandemia maduros para lidar com ela e, honestamente, não vamos sair dela mais maduros. 

Como você pode ficar brigado com alguém, sem falar, sem se comunicar, porque esse alguém não faz bem as coisas do modo que você acredita? Estamos falando de uma época que o amanhã é mais improvável do que já foi. Sim. Você quebrou o pau hoje, por um assunto x, e amanhã, o seu ar, ou o ar do outro, pode nem mais existir. 

O que estamos fazendo com as nossas relações? Porque optamos por entrar em batalhas tão grandes e distantes, e deixamos nossos pequenos vilarejos aos lobos? Largamos nossas famílias em nome de defender coisas que ainda não fazem sentido. Não estou falando que você está certo ou errado, quem sou eu. Acredite, são muitos erros e acertos no decorrer dos meus anos. Mas, sei lá, onde foi que nos perdemos em nos tornarmos tão conhecedores da verdade e tão julgadores. Não há espaço para construção de saberes, não há espaço para juntos tentar descobrir algo possível, algo feliz, não há espaço para perdoar, não há espaço para deixar que o amor seja, de fato, o orientador de nossas decisões, de nossas relações.

É doido. Eu amo, mas não posso conviver porque a pessoa não faz aquilo que eu acredito. Pera lá, qual o sentido nisso? Aprendi que o amor é apesar de, não o contrário. Se é preciso estar do seu agrado para amar, não é mais amor, é apenas comodidade.

Aprendi a ter um círculo de amigos e conhecidos com diversos tipos de pessoas. É incrível como essa decisão me ensina cada dia uma coisa nova. Naturalmente, algumas pessoas convivo mais do quê outras, a afinidade tende a direcionar essa etapa. Claro, é um jogo de dois lados, então, se a pessoa me faz muito mal não vou ficar para ser saco de pancada, apenas fico afastada na minha, quem sabe um dia...

A verdade é que hoje faço 36 anos e definitivamente não sou a mesma que era. Não me relaciono como me relacionava. Mas, a minha essência só foi se aprimorando, só foi compreendendo cada vez mais o quanto o ser humano é importante, o quanto a vida é sublime. O quanto os sonhos podem ser diferentes do quê idealizamos, e ainda assim serem incríveis. O quanto precisamos tirar nosssas vendas para vermos o que está nos sendo oferecido agora. O quanto o tempo é passageiro.

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