Na Telona: O Gambito da Rainha

O Gambito da Rainha foi uma emocionante surpresa para mim. Assim que a minisérie saiu eu dei o play, o motivo: a atriz e o xadrez. Para minha completa alegria, a minisérie me cativou e eu não quis parar. Mas, eu também não quis maratonar e foi assim, em doses diárias que apreciei O Gambito da Rainha.

É até difícil começar a falar da série. Quando eu era criança eu jogava xadrez com meu pai, era engraçado, porque eu ficava muito brava quando eu perdia, muito mesmo. Se bobear pararam de jogar comigo por causa disso. Depois de adulta nunca mais joguei xadrez, acho que no fundo, continuaria muito brava ao perder a partida. Enfim, eu dei play na série por toda essa história e eu tinha gostado da atriz Anya Taylor-Joy no filme Playmobil. (mesmo que, teoricamente, ela apareça pouco)

E dei o play só com aquela sinopse básica da Netflix, sem resenhas ou trailer. Para minha alegria, meus olhos foram presenteados por cenas perfeitas e muito bem feitas. Este é, com certeza, um dos pontos positivos desta série, a incrível qualidade da produção cinematográfica, é de tirar o chapéu, além disso, muita beleza no figurino e trilha sonora. Eu esperava uma história ok, mas não a ponto de molhar os olhos no final.

Sim, eu me emocionei! A história acompanha a vida de Elisabeth Harmon (Anya Taylor-Joy) - a infância órfã, suas descobertas, conquistas e complicações tão presentes na vida de tantas meninas. Mas, para completar, ela era uma menina que gostava de xadrez. Que menina gosta de xadrez?

Ainda na infância dela, no orfanato, acompanhamos a aproximação de Beth com o xadrez e tudo acontece de um modo peculiar e intrigante. Também assistimos os vícios ainda na infância, que vão perseguir ao longo da vida. São muitos detalhes, um prato cheio para psicólogos com certeza, aliás, para discussões em diversas áreas.

Além do esporte inusitado, não podemos esquecer que ela é uma mulher, uma mulher querendo ser respeitada em um esporte marjoritariamente masculino. Harmon precisa lidar com o preconceito de todos e os seus próprios, precisa aprender a entender o que quer ... e ter foco. Muito foco! É muita força de vontade e determinação.

Sobre a mãe adotiva de Harmon. Apesar de um início um tanto quanto perturbador, é muito legal ver o que acontece com a relação delas. O modo como as famílias são apresentadas nesta série, não uma, mas várias e de vários tipos, porque como eu já disse, família nós fazemos.

Beth Harmon é uma mulher imperfeita e determinada, que nem sempre está pronta para lidar com algumas situações na vida, que tem atitudes infantis e egoístas, ao mesmo tempo que se predispõe a aceitar ajuda, a dar a volta por cima e se abrir para relações que possam ser boas, mesmo que tenha sofrido com tantas outras. 

É uma série sobre tudo o que a vida tem para nos oferecer - de bom e de ruim -, sobre o que fazemos com o que é nos dado - e também o que não é - sobre sonhos e pesadelos. Definitivamente, uma série de dicotomias.

Palpites extras:

  • Adorei a delicadeza dos movimentos de Beth em oposição a todo a sua intensidade no olhar - como eu disse, dicotomias. 
  • As partidas de xadrez não são aleatórias e dificilmente encontrar falhas, isto porque a produção teve o cuidado de inserir especialistas do xadrez como consultores, para deixar tudo o mais realista possível. 
  • Sinceramente, não espero continuação, é uma minisérie e foi finalizada perfeitamente como tal. 
  • Outra coisa que vale destacar, apesar de Harmon ser considerada um prodígio no xadrez ela está estudando sempre, ela não 'relaxa' no fato de ser boa no que faz. 
  • A história é baseada em um livro, de mesmo nome, publicado em 1983 e escrito por Walter Tevis. Ainda sem edição no Brasil, mas se interessar, tem a versão ebook em inglês. Clica aqui.

... Eu vou terminar este post com a sensação de que ainda falta o que falar..., mas está valendo. Acho que quando a gente gosta de algo, fica na cabeça e vamos lembrando de momentos sabe? Nos envolve por completo, por isso gostei da série.

E aí? Se empolgou para assistir? Clique e veja o trailer.

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