Uma Fila Qualquer


A fila está grande, não enorme, mas grande o suficiente para cansar as pernas enquanto espero a minha vez. O jeito é dar uma volta, comer uma coisinha e voltar, afinal de contas, não pode crescer tanto.

Pronto! Barriga satisfeita. A fila não parece ter mudado de posição e só tem uma pessoa a mais em relação a alguns minutos antes.

Todos permanecem em pé, com cara de fila e livros em mãos. Ninguém atualiza as redes sociais no celular, muito menos conversa no whatsapp.

Me pergunto se estão sem vontade, sem dados ou fazendo média por estarem em uma fila de pesquisadores acadêmicos.

Decido que cansei de esperar em pé. Adoro sentar no chão - hábito que guardo desde tempos áureos nos corredores da faculdade. Pensando bem, na escola eu já adorava fazer isso.

Sento, pego algo para me distrair e, como se eu tivesse comprovado que o chão não era tão sujo, acompanho as pessoas se rendendo, uma a uma, ao conforto do chão duro.

Eu puxei o bonde. Todos estão sentados. Dou uma risada interna, morrendo de vontade de gritar: VIVO! Como na clássica brincadeira vivo/morto. Vai que...

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