Estamos vivendo uma pequena
grande crise de habilidades. Sim, observei isto no meu modesto mundo, pensando
bem, talvez, a crise não atinja tantos universos. Há esperança.
Habilidades. Cada pessoa
nasce com a sua, até sofre certa influência cultural e familiar, o curioso é
que notamos quais situações temos melhor desenvoltura antes mesmo de entrar na
escola. Por exemplo, uma brincadeira de criança pode ser reveladora: liderança,
gerência, obediência, saber ouvir, proatividade, defeitos, persuasão, etc. etc.
Um emaranhado de possibilidades visíveis sem a necessidade de testes
vocacionais. Opa, ainda temos brincadeiras de criança? E, alguém observa estas
crianças brincando?
Ok, não entrarei neste
assunto. O fato é: cada peão tem seu espaço e função no tabuleiro, todos, TO-DOS
são importantes para fazer o jogo acontecer, cada um com sua habilidade. E
estamos nos esquecendo disto. Poucos querem ser peões, muitos querem ser reis e
rainhas, e há os super poderosos cujas habilidades são tantas que seria preciso
inventar novas peças para o tabuleiro. Pense bem, se um cavalo for, ao mesmo
tempo, torre e bispo, não vai dar errado este jogo?!
É isso! Está dando
errado!!! Quando nos empenhamos para ser bons demais em muitas funções não só
não conseguimos excelência, como nos estressamos e deixamos de tirar proveito real das nossas habilidades naturais.
Parece simples, mas não é. Quantas vezes você se viu fazendo, e buscando ao
máximo, ser suficiente no que não convêm a você ser?! Até mesmo dentro de casa.
O risco está em saber tudo
e saber nada. Meio como está a informação hoje, são tantas, que ninguém sabe
nada. O melhor seria voltarmos as atividades únicas, essa tal de multitarefa
está deixando o tabuleiro tão, tão confuso, que ninguém mais sai do lugar, e
quando consegue, não alcança objetivos significativos.
Além do quê, pode notar,
nesta brincadeira, a primeira coisa a ir para o beleleo são nossas habilidades
naturais, somos tão (e só) exigentes com nossas habilidades que fica mais fácil
largar mão com a desculpa de outra atividade. É menos traumático não conseguir
resultado na atividade da qual “não sei bem, mas tento”, afinal de contas, “não
é o meu forte”.
Pois é, neste mundo de
saber mais do quê o outro, estamos nos destruindo e impedindo o crescimento de
verdadeiros realizadores, talvez por isso, os gênios deste mundo sejam tão
poucos.
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