Ainda não estou compreendendo o porquê eles continuam falando sobre o Ricardo. Ele não veio, ponto. Simples assim. Um saco! Todos os três chegaram e perguntaram: “Cadê o Ri?! Não vem?!”.
Junto com a negativa uma rápida explicação do motivo. “Ahhhh...que penaaa...”. “Chato mesmo”.
Odeio quando o jantar fica girando em torno de uma única pessoa: a ausente. “Lembram quando Ricardo levou a gente naquele lugar?!”; “meu e aquela pisada na bola dele, foi maior mancada”; “puts, pena que ele aparece tão pouco”; “vocês ficaram sabendo sobre a última conquista dele?”.
Oiiiiii!!!!!!! Somos em CIN-CO, é tão difícil mudar de assunto?! – Claro, eu apenas sorria, pensava e bebia, naquela altura da conversa não dava para largar minha taça de vinho. Meu namorado me lançava olhares divertidos, ele sabia o quanto tudo estava sendo maçante para mim.
Estas são as mesmas pessoas cujo sentido da vida está no passado e futuro. Afinal de contas, a especialização delas é a ausência, jamais o contrário. Falar delas mesmas?! Sem chance.
Não estou brincando! Meu namorado tentou mais de uma vez mudar o assunto “Ricardo” e perguntar algo sobre os presentes para os presentes, ninguém seguiu adiante. Respostas rápidas davam lugar a novos assuntos, com novos personagens, ausentes, claro!
Por segundos pensei ter errado ao marcar o jantar sem o Ricardo, todos ficariam felizes com ele ali, mas logo descartei a ideia. Certamente, com o Ricardo presente, outro, ou outra, estaria ausente.
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