Cadeira de Balanço: Sombras de Reis Barbudos

Não é preciso parar no tempo para ler Sombras de Reis Barbudos, muito menos, ter um dicionário do lado, mas nenhuma dessas negativas desqualifica a obra de José J.Veiga. O autor brasileiro dá riqueza a literatura fantástica.

Muita discussão subjetiva em um faz de conta que parece sem pé nem cabeça. Envolvente. Cada nova situação requer o mínimo de atenção, sem deixar de lado o ar de suspense. O guri que vê transformações em sua cidade, de boas para ruins, a depender do ponto de vista de cada um. O calar pelos muros ou, pelas ações de outros seres humanos.

As descobertas fora de muros indesejados; bem como a necessidade de estar rodeado por eles. Ou, a fascinação de urubus sobre suas cabeças. O desejo de tornar seu mundo melhor do que o oferecido. Algumas situações que repercurtem grandes momentos do país, mas, não deixam de ser extremamente atuais.

Não se trata somente do que está sendo apresentado, mas de todas as informações não vistas, a primeiro momento. O labirinto criado, às vezes, lembrando a vivência das personagens de Ensaio sobre a Cegueira.

Mas, como dito, é tranquilo para ler. Vale a pena arriscar, principalmente para os que ainda afirmam, piamente, que brasileiro não sabe desenvolver boas histórias fantásticas.

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