O Sol Também é uma Estrela tinha tudo para ser um livro clichê de romance, mas optou em dar espaço à crítica social, levantando questões presentes na contemporaneidade, sem ser massante e mantendo o tom romântico. Por isso, é tão especial.
O Sol Também é uma Estrela é um livro sobre quando um menino (Daniel) encontra uma menina (Natasha) e acredita que o destino reserva para eles grandes surpresas. Uma delas: eles se apaixonarem, mesmo que em um dia.
Daniel é de família de imigrantes coreanos, Natasha de família de imigrantes jamaicanos. Logo, acompanhamos duas realidades culturais completamente diferentes convivendo em uma únca cidade: Nova York.
Sendo assim, ambos precisam lidar com os valores e tradições de suas famílias em uma cultura distinta. Para isso, é preciso encontrar o equilíbrio entre tradição familiar e o mundo ao qual eles pertencem no dia a dia.
Como se não bastasse, sofrem com locais que, nesta cidade que é mais deles do que qualquer outra, não os veem como americanos. Pois é, ser um imigrante não é tão simples quanto parece. E, o sonho americano, faz muito tempo que tem se mostrado uma verdadeira furada.
Ao mesmo tempo que Daniel e Natasha descobrem o amor e enfrentam os preconceitos - dentro e fora de casa -, nós também conhecemos as história de pessoas que cruzam a vida destes jovens.
Entre elas estão: uma profissional da imigração, um condutor de metrô, um advogado, uma secretária, um guarda, uma garçonete, um taxista além dos irmãos e pais de Daniel e de Natasha.
Todas as histórias se entrelaçam e fazem muito sentido, mostram o quanto somos responsáveis um pela vida do outro, mesmo não tendo a menor ideia e mesmo não conhecendo muitos dos que passam por nossas vidas.
Pois é, em um mundo tão cheio de agendas lotadas e correria em que evitamos olhar um nos olhos dos outros, ainda somos supreendidos por situações que mudam a nossa vida por completo. E, o 'outro' pode ter participação nisso.
O famoso dizer 'ame aos outros como a ti mesmo' é mais importante do quê nunca.
Outra coisa bem legal deste livro são as curiosidades culturais, eu aprendi muito com elas. E foram importantes pois estão relacionadas aos negros e coreanos, então pude me sentir um pouco na pele 'do outro', afinal de contas, empatia é sempre bom.
É um livro muito lindo. Muito mesmo. Eu fiquei supresa e satisfeita com tudo o que aprendi e senti. É um livro para refletir sobre as nossas ações e reações no lugar em que vivemos.
Para a maioria dos imigrantes, mudar para um país novo é um ato de fé.
A autora
Nicola Yoon é jamaicana, mas cresceu no Brooklyn e vive em Los Angeles. Este é o seu segundo romance, o primeiro foi escrito em 2017 e chama Tudo e Todas as Coisas. Ambos viraram filmes. (Dica: não assiste se leu o livro)
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