Hora da Leitura : As Cores do Coração


Apesar de ser um romance, o tema sobre doação de órgãos foi o que me conquistou no livro As Cores do Coração. Na história, já entramos sabendo que um homem vai morrer, Antonella, a namorada vai sofrer e Vittorio vai renascer com um novo coração.

Não é um tema muito simples, eu diria que é até um pouco polêmico, a doação de órgãos ainda causa muitos desconfortos. Nem todo mundo quer ver seus entes queridos partirem 'faltando' pedaço, o número de negações para doar órgãos ainda é muito elevado, além das inseguranças, histórias e mitos.

As Cores do Coração é um livro que abre suas folhas para explicar um pouco sobre doação de órgãos, enquanto tenta desenvolver o romance entre Vittorio e Antonella. A ideia é muito boa e a escrita da escritora é bacana, mesmo que em alguns momentos eu tenha sentido certa repetição, mas, não convenceu.

Eu tive bastante dificuldades em lidar com a relação de Vittorio e Antonella, em alguns momentos torcia muito por eles, em outros, é como se eles não fizessem sentido. O fato de Vita, uma cidade grande, não entrar no meu imaginário como cidade grande também atrapalhou bastante. 

Mas, eu gostava dos momentos que a história relembrava a necessidade de sermos mais empáticos, de pensar o lado do outro para construir relações mais respeitosas. Contudo, algumas atitudes da protagonista meio que ficam controversas às ideias narradas pelo livro. É isso, acho que aqui que pegou, a história não parecia da protagonista. É, talvez não fosse mesmo...

Enfim, gostei do livro, apesar de sentir falta de algo, ainda assim tirei bons aprendizados. Como que não é tão simples 'apenas' receber o órgão e sair feliz andando por aí. Também aprendi o quanto vidas podem ser salvas, inclusive, de quem nunca precisou de um órgão, mas, por alguma razão, está tão preso em sua vida que não consegue lutar por sonhos tão importantes para si mesmo. Pois é, mesmo vivos, corremos o risco de não vivermos de verdade.

"É fácil dizer como os outros devem ser, se sentir ou agir, é fácil e indolor. O discurso pula de nossas bocas com imensa facilidade. Mas difícil mesmo é se colocar no lugar, é sentir as dores e ouvir o choro do outro."

Curiosidade
Eu fiquei curiosa com o fato dos nomes serem em italiano, então, perguntei para a autora. Ela explicou ela costuma escolher um país, ou cultura, para elaborar os nomes dos personagens e das cidades fictícias. Neste caso, a Itália foi a escolhida. 


A autora


Dani Assis é paulistana e, além deste livro, também escreveu Sem Vida (2017), Sem Caminho (2018) e VIDA: Conto - Oberon & Agatha (2020). Os livros também estão disponíveis no Kindle Unlimited

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