Conhecendo o Chalé
Caramba, eu achei que não ia chegar aqui nunca. Tá aqui 1.336.
Quem dá um número tão grande para um chalé?!- Oi, gente, tudo bem aí?
- Quem é você?
- Oi eu sou a Teresa, estava um pouco perdida. Legal isso aqui, vocês vem sempre aqui?
- Sempre!
- Sempre? Mas não enjoa não, é minha primeira vez, e sei lá, é um meio estranho.
- Estranho porque?
- Ué, um lugar para dormir com meia duzia de gente. Meio estranho, não é não?
Todos dão gargalhada da minha cara, pelo visto eu sou a única novata por aqui.
- Você não viu nada ainda, sabe que o banheiro é uma mangueira de água gelada né?
- Vocês tão me tirando né?
- Não mesmo. - disse uma garota vindo em minha direção. - Fica tranquila, você vai se acostumar rápido, o clima aqui ajuda bastante.
- É calor demais né? Já estou sentindo toda a minha roupa grudando no meu corpo, tem ar-condicionado?
Novamente sinto o coro das risadas. Eu definitivamente virei a palhança do rolê.
- Menina, bem se vê que você não tem nenhuma experiência de acampamento.
- Tá legal, tá legal, qual é a minha cama?
Elas apontam uma beliche bem ao fundo. É uma beliche de ferro, eu acho, não mais aquelas de madeira que já vi em algum lugar. Peço para dormir embaixo, recebo uma cara feia da garota, explico que tenho labirintite, que é verdade, mas não acredito que o alto da beliche ia causar algo. Ou, talvez, causasse, mas a real é que prefiro estar mais perto do chão para caso eu precise fugir.
Escolhendo as atividades
Tá, dormir foi a parte complicada acordar também, agora eu ainda tenho que escolher uma atividade para fazer no decorrer deste acampamento, quando eu achei que não dava para piorar, piorou. Só sobrou a oficina de culinária para mim.
Cu-li-ná-ria!!! Tem noção, eu não sei cozinhar um ovo, a minha jarra de água para ferver sempre seca. Eu sou um desastre na cozinha
– Ei tem como eu mudar isso aqui, não vai rolar não, desculpa. Pode acontecer de eu colocar fogo na cozinha, sério e colocar fogo na cozinha não é bom para vocês né.
Eu desembestei a falar, tentando explicar. O monitor olhou para minha cara com cara de poucos amigos e deu as costas. Um cara dando risada chegou mais perto e se apresentou.
- Oi eu sou Leandro. Você é nova nisso né?
– Nova? Na cozinha? Meu filho o que é cozinha?
Ele gargalhou e continuou.
– Relaxa você vai curtir são umas atividades de boas, só para descontrair mesmo, se você nunca cozinhou, vai ser melhor ainda, assim aprende um monte de coisa.
– Não, você não está entendendo eu consigo confundir sal e açúcar. Eu tenho um probleminha de paladar.
– Relaxa, vou estar do seu lado.
Meço ele dos pés à cabeça, eu não tinha reparado, mas me agradou o garoto. Ele é pouca coisa mais alto do que eu e tem um cabelo precisando de um corte urgente, mas, no geral, tá nada mau. Pode ser que essas aulas de culinária não sejam de toda um completo desperdício, afinal de contas, ter uma belezinha dessa do meu lado...
– Valeu, obrigada pelo apoio moral. – agradeci acordando do meu momento.
– Legal, agora vem comigo que vou te mostrar o resto das coisas. Qual o seu nome mesmo?
– Teresa, prazer... coisa linda, só pensei né sou boba não, mas estou começando achar que ter sido mandada para este lugar pode me render alguma coisa bem interessante. Que não só um bolo de chocolate.
O que ele está fazendo aqui?
E saimos em direção a sei lá onde, porque honestamente ainda não consigo compreender as rotas deste lugar, tá tudo muito embaralhado. Gente, não dava para colocar umas plaquinhas não?
– Ei Teresa! – ouço um grito e olho para a direção da voz familiar.
– Eita, você aqui? – como Tiago conseguiu vir para cá? O que ele está fazendo aqui? Gente, assim não tem como. Isso tudo vai virar uma grande meleca, isso sim. Eu achando que ia conseguir uma semana em paz, sem ele insistindo, mas pelo visto. Paz é a última coisa que terei.
Tiago me alcança quase sem ar e sorri me dando oi, mostrando mais felicidade do que eu. Não combinamos ficar longe?
– Tereza, você tá bem? – perguntou o bonitinho quando viu o idiota se aproximado de mim.
– Tudo bem sim, na verdade eu só... Bem esse é o Tiago. Ele é um amigo lá da cidade, mas, sem problemas. O Tiago já está indo embora né. – encaro o Tiago friamente, esperando que ele tenha entendido o recado e vá embora na expectativa de que ele vá embora o quanto antes.
Tiago não se mexe, ainda mais com aquela maravilha do rapaz ao meu lado. Droga, preciso perguntar o nome dele. Enfim, sem crise, eu não tô nem aí, mas, sério mesmo.
– Ah, prazer, João. – o gatinho cumprimentou Tiago e voltou a atenção para mim. – Então, eu vim perguntar se você vem na Tiroleza com a gente, vai ser bem legal. Talvez você curta.
– Ah sim, eu vou claro. Tchau Tiago, eu preciso, de verdade, preciso ir.
Sai encaixando meu braço no braço do João torcendo para que todo aquele assunto de tiroleza fosse apenas uma desculpa esfarrapada. A labrintite existe e eu não posso, sob hipótese alguma, encarar uma tirolesa, como assim gente.
Indo para a Tiroleza
– Então João, para onde estamos indo?
– Ué, para a Tiroleza, foi o esse o convite.
– Você tá falando sério, tipo, sério mesmo? Achei que fosse só para me salvar.
– Te salvar do quê?
– Eita, ah quer saber, deixa quieto. Então, na verdade não vai rolar a tiroleza para mim, maus ai.
– Porque? Tem medo de altura?
– BINGO!
– Perae, você tá falando sério?
– Claro que tô, tenho labirintite, nem durmo no andar de cima da beliche por causa disso. - ele fez um cara de não estar entendendo nada.
– Eita, então porque você aceitou o convite?
O que ele tem de gato ele tem de tapado né minha gente.
– Ah, nada não, eu sei lá, acho que não estava pensando direito. Faz assim, você vai lá, curte sua aventura nos ares e depois a gente se encontra na cozinha.
– Sem problemas.
Ele deu de ombros para mim, nem ligando tanto para o fato de eu não acompanhar. Eu segui para onde? Caracas, para onde vou neste lugar?
Agora preciso ficar atenta com o Tiago, o infeliz veio atrás de mim, fazer o que aqui? Ele odeia pernilongos e natureza, um dos motivos para eu vir para este lugar. Ele jamais viria atrás de mim, que saco. Quando será que vou ter um pouco de paz.
Certo, devo estar forçando um pouco a amizade, eu não devia ser tão egoísta, afinal de contas, estamos morando juntos faz o que, um ano. Ele deve estar com saudades. Maldito, saudades nada, ele ficou uma semana sem nem olhar para minha cara, por conta de um trabalho idiota, e agora vem querendo compartilhar um retiro comigo, para quê? É um babaca mesmo. Babaca!!!
Essa quase história foi feita em uma atividade de escrita. Na verdade, eu devia gastar o tempo e quantidade de palavras exigidas para investir no meu novo romance. Mas, eu só entendi a brincadeira na metade do caminho. Por isso temos uma história pela metade hihihihi quem sabe um dia ela ganhe um fim.
O que você acha que pode ser adicionado para essa
história seguir adiante? Alguma ideia maluca na sua
cabecinha?
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