Eu gosto de escrever, se você me acompanha já deve ter percebido isso. Eu estou escrevendo uma história e adoro sentir os personagens surgindo pelos meus dedos. É uma sensação realmente inexplicável.
Eu me emociono com eles, fico brava, torço, brigo, reclamo, falo que eles não tem juízo. Trata-se de uma experiência de assistir pessoas vivendo, sem elas notarem a minha presença. De certa forma, sou o drone com câmera na vida deles. É meio maluco isso e muito, muito dá hora! ;-)
Às vezes eles deixam eu me meter na vida deles e nós vamos que vamos. Caminhamos por diversas linhas e até mesmo capítulos. Outras vezes, eles emburram, parecem não gostar da minha presença e me negam qualquer acesso aos seus pensamentos e ações. Mas, eles também parecem conversar comigo e até me deixam de saco cheio com seus assuntos chatos, que poderiam ser resolvidos sem tantas voltas.
Não é fácil começar uma história, mas é ainda mais complicado terminar. A dificuldade em continuar escrevendo aumenta na medida que o fim se aproxima. Devo ter medo de perder eles. São segundos, horas, dias, semanas e meses - dependendo do caso - com eles em minha vida. Surgindo em horas inapropriadas, me alegrando, até narram o ritmo da minha vida. Às vezes me pergunto quem escreve quem.
Nestas poucas palavras para finalizar uma história preciso lidar com um árduo processo de despedida. Eu começo a entender que eles tem vida própria, não me pertencem mais. Ainda estou Convivendo com Eles, mas Logo eles Não Serão mais Meus. Vão ser expostos para outros olhos, vão sofrer alterações e finalmente, chegarão aos leitores para que a magia seja completada. Podendo ser especiais para cada ser humano que estiver disposto a ouvir a história que eles tem para contar.
Eu não tenho a mínima ideia se vocês, leitores, vão sorrir no mesmo momento que eu sorri. Vão querer dançar ou ouvir uma balada na mesma hora que desejei ligar o som. Não sei nem mesmo se vão gostar de saber mais sobre estes personagens. É sempre um tiro no escuro. Mas, uma coisa eu sei. Eles foram especiais para mim, então, acho que de certa forma, a primeira leitora eles já conquistaram. Eu mesma!
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