Cadeira de Balanço: Um Dia




- Bom, a gente se vê por aí - disse Dexter, começando a se afastar.
- Espero que sim - ela sorriu.
- Eu também. Tchau, Em.
- Tchau, Dex.
- Até mais.
- Até mais. Até mais.






Um dia conta a história dos encontros de Emma Morley e Dexter Mayhew, sendo o primeiro deles em 1988, depois deste várias idas e vindas são agradavelmente narradas, nos fazendo imaginar tudo e ainda torcer com todas as forças para que eles tenham um final feliz.

O gostoso da obra de David Nicholls é o prazer que ele nos dá para conhecer a vida de Emma e Dexter. Após vivenciar um novo dia com os personagens, ansiamos por  pela continuidade para saber o que haverá no próximo dia. Em certos momentos é possível se pegar em uma tentativa, frustrada é claro, de falarmos com os personagens, como se pudéssemos construir novos caminhos e colocá-los, como bonequinhos, para que possam se esbarrar. 

Entre encontros e desencontros Nicholls amadurece seus personagens, apresenta a vida em movimento e conta como muita coisa pode mudar e acontecer no decorrer dos anos. Em uma história em que os personagens são praticamente opostos, há um amor além do explicado fisicamente.

É possível odiar Dexter em vários momentos, bem como ficar irritadíssima com algumas posturas de Emma. Ao mesmo tempo desejar apenas o bem aos dois e até mesmo querer emprestar um ombro amigo. Da mesma maneira como acontece conosco mesmos em percursos da vida.

Um dia é uma releitura de muitos momentos comuns e incomuns à tantos no decorrer da vida. Muitas vezes a sensação de identificação está em Emma, mas também em Dexter, e até os momentos em que nos perguntamos o que faríamos. 

Melhor ainda, a compreensão da importância de viver cada dia como um dia e a necessidade de lidar com as incertezas e surpresas oferecidas pela vida, encarando tudo como importantes aprendizados.

Na tentativa de ser pouco profundo, David Nicholls consegue mostrar o valor da vida e suas graças. Se trata de uma leitura agradável para momentos sonhadores, suspirantes e relaxantes, sem ser raso e superficial. A depender da idade do leitor, a identificação pode ser menor ou maior, já que muitas circunstâncias tem forte ligação com a faixa etária.

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