Ler jornal impresso é hábito de poucos. Sempre gostei. Sei que suja a mão e é complicado lidar com um papel tão grande, mas, com o tempo, você aprende as táticas (já consigo ler em pé no metrô).
A parte legal do jornal impresso são as matérias que trazem mais do que notícias. Você sai um pouco daquele mundo sanguinário alienado da televisão e internet. O conhecimento vem de tabela com notícias simples.
Ontem (14.10) no O Estado de São Paulo o caderno Aliás trouxe mais informações sobre a vacina da gripe suína. O médico infectologista Stefan Cunha Ujvari falou de maneira clara e objetiva. Porém, nos fornecendo curiosidades sobre o desenvolvimento das doenças e suas vacinas ao longo da história da humanidade. Desta forma, espera tranquilizar sobre a ação positiva da nova vacina.
Interessante observar como nosso desenvolvimento é o grande responsável pela criação de novas doenças. Não se trata de uma grande novidade, mas, o formato que foi mostrado e a contextualização histórica é bacana.
"Como muitas epidemias passadas, a mão humana esteve por trás do seu surgimento e disseminação. Há cerca de 10 mil começamos a domesticar os animais. Vírus mutantes do gado atingiram o homem originando o sarampo, enquanto do camelo, ou menos provavelmente, de roedor, veio o vírus da varíola. Hoje, porcos e aves protagonizam o nascimento do vírus da gripe suína"
As várias formas de transporte também ajudaram na disseminação das doenças.
"As conquistas do Império Romano levaram o sarampo e a varíola asiáticos à Europa. A peste negra europeia do século 14 se alastrou pelas estradas e levou dois anos para matar um terço da pupulação. Embarcações europeias levaram vírus do sarampo, gripe e varíola aos povos indígenas da América no século 16. Essa tríade mataria mais da metade da população nativa. Navios negreiros da África trouxeram a malária, esquistossomose e febre amarela para o Brasil. No século 19 surgiram a embarcação a vapor o Canal de Suez e a estrada de ferro. As distâncias se encurtaram, e a cólera conseguiu deixar a Ásia para chegar à Europa e à América".
As doenças respiratórias, por exemplo, tiveram seu auge no século 19. Sabe porque?! Revolução Industrial. Imagine, a galera vivia no campo, lugares abertos e foram transferidas para lugares fechados, com maquinários pesados e nada de respeito ao trabalhador. Logo: tuberculose, coqueluche, difteria e escarlatina.
Interessante ah?!
Porque história pode ser ensinada de várias formas, seja na leitura do jornal ou de um livro. E, de maneira mais lúdica do que as ensinadas em sala de aula. Apenas acho uma pena ainda não terem compreendido isso. De vez em quando, arrisque um jornal ;-).
Boa dica de livro:
A História da Humanidade Contada Pelos Vírus
Stefan Cunha Ujvari
(Editora Contexto)
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