O Bem-Amado

O filme O Bem-Amado não poderia estrear em melhor época, ano de eleição. É preciso rir um pouco ante as tantas movimentações políticas. Para compreender, ludicamente, que 'em política não há certezas'.

O filme é fantástico. As atuações são exemplares, desde o bêbado até o prefeito que pensa 'prafrentemente'. A escolha do elenco não poderia ser melhor. Marco Nanini (Prefeito Odorico), mostra que pode se desvincular, facilmente, de seu eterno personagem Lineu (A Grande Família). As meninas Zezé Polessa, Drica Moraes e Adriana Beltrão dão um show à parte, Drica Moraes então, mais uma vez mostra seu talento de ponta (lembram de Os Aspones?!). José Wilker impressiona na pele do temeroso Zé Diabo, mais honesto que o prefeito, que coisa não?!

Brilhante como a história consegue ser construída sem buracos, o que não era de
se esperar, por ser uma adaptação. Para os que, como eu, não tiveram contato com o prefeito Odorico das décadas de 70-80, vale à pena conhecê-lo. Inteligente aproximação com a realidade atual, que, ironicamente, parece não ter mudado muito.

Ótimo e, corajoso, trabalho crítico com relação a participação da imprensa na vida pública. Até que ponto seu envolvimento é parcial?! Ou, onde não há a 'desapropriação do capital burguês', de acordo com interesses. Será que sua função tem sido puramente anunciar ou, manipular?!

Excelente pedida para quem não gosta muito de discutir política, ou, acredita não ter mais pelo que lutar. Apresenta a política como é, uma sátira completa, envolvente e, talvez, que possa cutucar aqueles que já cansaram dos políticos 'bifaciais'.

É preciso estômago para lidar com nossa política, porém, mais do que isso, é
preciso senso de humor. Talvez, desta forma possamos nos envolver de maneira mais crítica, de quebra, nos divertimos. Além de compreender vários comportamentos, como o porquê do superfaturamento ou, as 'consequências hemorragicas' presentes em nossa história.

O Bem-Amado é patriota. De trilha sonora rica e envolvente. Garantia de gargalhada inteligente e consciente. Uma crítica brilhante.


1 Comentários

  1. Concordo, Carolina! Se não emprestarmos uma boa dose de humor, desmedido, não há como suportar tantos gatunos engravatados aviltando, descaradamente, a nossa dignidade e roubando, feito larápios inimputáveis, a nossa cidadania.

    Talvez, com humor escancaradamente crítico, poderá haver despertamento de consciência.

    Abraços!

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