Eu não sei! E daí? S'imbora aprender
É necessário muita coragem para aprender coisas novas. E nesta equação, o medo por lidar com o desconhecido é o de menos. A maior aventura está em aceitar que não sei. Pois, quando aceito que não sei – e tudo bem eu não saber tudo – dou espaço para minha cabeça aceitar o novo.
Não é tarefa simples. Antes de tudo, preciso me envolver. Aceitar que a ausência do medo é impossível e devo seguir em frente com ele grudado na minha perna, tentando impedir minhas novas descobertas. A coragem é aceitar o medo e lidar com ele, não esperar a hora dele sumir.
Com a mente aberta, persisto, estudo e pratico. Me agarro ao fato de que um dia vai fazer algum sentido. Terei melhor clareza e algumas palavras surgirão automaticamente. Isto tudo, sem perder a beleza das novidades.
No meio do caminho, surge o meu cérebro insistindo na dificuldade em compreender o novo universo, repleto de palavras novas. Respiro fundo! Por que estou com tanto medo dessas palavras novas? Respiro ainda mais fundo!
Começo a fazer buscas em dicionário. É isso, o dicionário serve para ajudar quando não sei. E tudo bem eu não saber. Tudo bem!
As pesquisas e perguntas fazem parte do processo de aprendizagem. Aprender é não ter vergonha de perguntar. Perguntar qualquer coisa, até mesmo o significado de novas palavras para o dicionário.
Quantas vezes deixei de aprender por medo de perguntar? Vergonha da minha ignorância no assunto.
Sim, é preciso coragem para aceitar a ignorância. Não sei tudo! Se soubesse, não teria que aprender. E se gosto tanto de aprender, preciso aceitar minha ignorância. É isso!
Lembro de quando fui aprender a dirigir. Eu sonhava com aquelas aulas e quando comecei, estavam mais para pesadelo.
Como as pessoas conseguiam mudar a marcha na hora certa? Dar seta? Lidar com embreagem, freio e acelerador de forma tão rápida?
O que era para ser prazeroso, começou a ser estressante. Foram muitos os momentos que desacreditei de mim mesma. Duvidei que conseguiria fazer tudo de modo automático. Por muito pouco não fui até o fim.
Muitas das vezes que o carro morreu, eu só queria chorar e sair correndo. As provas práticas eram ainda piores. (Sim, fiz muitas) O meu nervoso atrapalhava qualquer possibilidade de sucesso.
Minha cabeça já tinha aceitado que não era para mim. Eu não conseguia ser perfeita naquelas lições. Mas, depois de tantas tentativas, erros e acertos. Eu consegui! Consegui!
E, quando estou dirigindo, as marchas e pedais são quase como uma extensão do meu corpo. Mesmo ainda tendo medo de balizas e subidas íngremes.
É isso! Devo persistir, errar, acertar e logo tudo será automático. Só preciso dar tempo para me adaptar ao novo universo e praticar sem medo, sem vergonha de errar. É a hora das imperfeições, de descobrir no inseguro a paixão pelas novas descobertas.
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