- Sonhei com o
Jeep da Cherokee.
- Aê?! Que
chique...
- Ah, você sonhou
também? Não!
- Eu?! Não, não
sonhei não.
- Como não?! Você
estava do meu lado. Eu vi!!! Onde você estava?
- Ué! Na cama,
dormindo.
- Mas sonhando com
quem? Onde?
- Sei lá homem. Não
lembro de todos os meus sonhos.
- Lembra sim! Você
é a única que tem memória nesta casa. Se não está me contando é que tem coisa pra
esconder.
- Você só pode tá
brincando. Do quê está falando? Eu não tenho o seu sonho e por isso tenho algo
a esconder? Vou te contar algo, talvez não saiba: as pessoas sonham diferente. Shiuuuu...não
espalha.
- Para de me zoar.
Oh, você! Eu sei, né. Mas, sei lá, era tão real. Não posso pelo menos imaginar
que você tenha sonhado o mesmo?
- Até pode, mas
isso não me obriga a dizer que sonhei o mesmo, e muito menos a lembrar o que
sonhei só porque você está desconfiado de ‘onde eu estava enquanto dormia’.
- Ok, ok. Desculpe
se só queria participar um pouco da sua vida. Depois reclama, fala que não presto
atenção em nada, e não quero me envolver.
- Ei, peraê, não
mistura as coisas não. Não vira o jogo querendo me colocar a culpada da história.
Você sonhou. Legal. Bacana. Eu não lembro do meu, e pronto. Vamos mudar de
assunto que você já está conseguindo acabar com meu café da manhã.
- É assim, não
posso querer saber mais e você já acha que estou sendo invasivo. Sem problemas,
vou mudar de assunto, não quero mais saber das suas coisas.
- Nem vou falar
nada, viu. Você viaja. Quer saber, vou escovar os dentes, melhor.
- Vai lá, escovar
os dentes. Me deixa aqui sozinho, pra quê marido né. Se nem tomar café da manhã
junto quer. Quer saber, também vou de lotação hoje, não quero carona não. Vai
você, eu ainda tenho que comer minha granola.
Ela ignorou, não
porque não o amava, ao contrário. Deu um beijo, ele fez cara feia, falou até
breve com o famoso eu te amo. Ele amava, mas fingiu não aceitar a declaração.
Ela estava tranquila, afinal de contas, o tempo de casamento havia ensinado:
homens também tem TPM.
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