Foi tempo de terminar o pensamento para assistir sua queda. Corri
para acudir. Lá estava ele perto de um buraco, no meio da rua.
- Tudo bem?!
- Acho que sim.
- Vamos, vamos levantar logo. Esta avenida não é muito
segura. – O acelerei cuidadosamente.
Levantamos juntos no três. Apoiei seus braços em meu ombro,
nem senti seu peso. Já em pé, frente a frente, nos equilibrando, ouvi um grito.
- Cuidadooooo!!!!
Uma Kombi vinha em nossa direção. Congelei! O abracei forte,
fechei os olhos e torci. Distante ouvi gritos sumindo. Morremos.
Abri os olhos e estávamos frente a frente. Desviei para o
lado e vi a Kombi a poucos centímetros de nós. Vi o suor escorrendo no rosto do
motorista e o pavor da mulher que o acompanhava. Tínhamos escapado por um triz.
Olhamos-nos de novo, um perguntando para o outro se tudo
estava bem. Surgiu um meio, e nervosos, sorriso Era um milagre.
- Você me salvou duas vezes! Obrigado.
- Imagina. – Ele não sabia, mas minhas pernas estavam
bambas, não sei como ainda estava de pé.
- Cuidadooooooooooooooooo!!!
Déjà vu?! Os gritos eram reais demais. Virei para o lado,
ainda de mãos dadas, e foi suficiente para sentir o vento, ouvir o freio e ver
um caminhão se aproximando. É o fim!
Fechei os olhos, prendi a respiração e senti sua mão
apertando a minha.
- Ei, pode abrir os olhos. – Sussurrou em meu ouvido.
Suspirei.
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