Após o caso sobre a ‘pensadora contemporânea’ Valesca
Popozuda, do qual deu uma resposta mais digna do que muito comentário
‘inteligente’. A grande questão debatida passou despercebida, isto é, a mídia
só desenvolve assuntos negativos, as partes boas quase nunca são abordadas por
longo tempo. Outro bom exemplo foi o voo da Avianca em que apesar do pouso de
emergência, ninguém saiu ferido, pelo contrário o piloto se mostrou um
profissional de excelente qualidade. Mas, o assunto não foi usado como gancho
para falar mais sobre pilotos que conseguem lidar com situações críticas, mesmo
quando ninguém fica sabendo?
Enfim, por um bom tempo a minha maior discussão com
professores e profissionais com relação ao assunto era: nossos leitores
realmente queriam saber apenas de desgraças ou só nós jornalistas que estávamos
viciando nossos leitores, a ponto de eles não terem outra opção? Grande parte
das vezes a discussão caia no limbo, algo meio quem nasceu primeiro, o ovo ou a
galinha?
Não sou uma velha caquética, mas juntando vivência, mais
algumas aulas de semiótica e tantas outras leituras de bíblia, começo a aceitar
o fato de que o ser humano realmente se sente completo e satisfeito apenas
quando as coisas não vão tão bem. O trágico seduz mais do que qualquer boa
notícia, a desgraça completa se torna o prato dos deuses. É como se o mundo Poliana não tivesse graça,
é preciso algo ruim na vida para então você se preocupar e aí ter o que falar,
algo do tipo.
A parte triste desta louca realidade é que desperdiçamos
nossos bons momentos não somente valorizando os ruins, como também deixamos de
aproveitar todo e qualquer privilégio positivo, na verdade, em muitos casos,
nos sentimos até culpados por estarmos tão bem e rindo à toa. Pensamos: o que
há de errado comigo? Buscamos problemas quando temos todas as soluções e a vida
não faz o menor sentido quando tudo está lindo e possível.
Deixamos de usufruir presentes oferecidos pela vida, pelo
simples fato de terem sido oferecidos, jamais esquecerei o dia em que
conversando com uma colega a convencia de que não era errado ela ter um
motorista, se a realidade dela permitia, ela devia usufruir com total apreço e
responsabilidade. Nunca a vi se gabando, mas se culpando por ter tanto. Porque
precisamos ser tão ‘pobres’ quando é o ‘funk ostentação’ que acaba ganhando
todas as atenções?!
Contudo, não falo tão somente de posses e dinheiro, porque
aqui entre nós, muitos não apenas se viram bem, como até esnobam um pouquinho.
Mas, do fato de que tendo ou não dinheiro fazemos questão de nunca estarmos
satisfeitos, principalmente quando a situação é realmente boa.
Se eu continuar escrevendo vou rodear, rodear e falar sempre
a mesma coisa. Importante mesmo é deixar claro uma coisa, se você conseguiu ser
vitorioso em algum desafio, celebre! Se você ganhou tempo para fazer algo, que
outros talvez não teriam o mesmo privilégio, usufrua, você não sabe até quando
vai durar – mas não pense demais, não pense na duração, pense no momento.
Permita-se se refrescar em uma piscina no verão, se você tem a oportunidade,
não deixe o inverno chegar para reclamar sobre o quanto a vida é injusta por
não ter te dado um aquecedor.
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