Atuação pouco convincente enfraquece história já batida de senhorita Júlia
Foto | Google Imagens
Apesar da história ser baseada em uma obra do século XIX, do sueco August Strindberg, não há nada de novidade no texto. A velha discussão de classes, poder e desejo - que independente de cultura, país e tempo permanece a mesma -, entra em cena. E nada como a cozinha para demostrar todas estas diferenças. Acredite, você já viu a cozinha de muita novela e filme com estas questões sendo levantadas.
Aqui senhorita Júlia (Alessandra Negrini) - só chamada de Dna. Júlia ou Júlia - é a moça rica, problemática e mimada que em uma noite de muita bebedeira invade a cozinha e começa seus questionamentos "ser ou não ser", "ter ou não ter", coisas do tipo, com seu motorista Moacir (Eucir de Souza), filho da antiga cozinheira da casa e participações pontuais da cozinheira Cristiane (Dani Ornellas), namorada de Moacir, que tenta ser a razão da consciência, a certinha, mas não é tanto assim.
Foto | Aro Ribeiro
Você já deve ter notado: mais clichê, impossível. E provavelmente já consiga criar boa parte do enredo em sua mente. O problema não está em uma história sem surpresas, mas em como é contada. E, definitivamente, a equipe não parecia muito pronta para contar esta. Ficou visível ser apenas, e somente, uma atuação. Mais impressionante é descobrir: a peça já foi apresentada diversas vezes no ano passado, sendo apenas o personagem de Moacir outro ator.
Eu adoro Alessandra Negrini, e este foi um dos motivos para eu ter assistido a peça. Contudo, fiquei bem decepcionada com o que vi. No final só pude pensar: é isso?! Bati palma em respeito aos artistas e profissionais envolvidos, pois por menos que me agrade uma peça, imagino como não é nada fácil atuar ou organizar uma peça.
Neste drama de cozinha eu ri, vez ou outra, mas não refleti. As atuações rasas me impediram de ficar tensa, ansiosa, de me envolver e confesso ter ficado um pouco cansada, desejando o final. Fiquei sem saber como falar da peça aqui no blog e pensei o máximo possível na peça para tentar tirar o mínimo proveito dela. Falhei! Não encontrei.
Foto | Claudia Ribeiro
Também não senti muita empolgação por parte de quem assistiu, a única reação foi de preocupação sobre o passarinho que apareceu em cena. (Acalmei o espectador explicando, está tudo bem, assim diz o folheto). Detalhe, o tempo todo o bicho de estimação é um cachorro, e no final das contas quem surge é um passarinho...confuso!
Se tiver vontade de arriscar, não é caro...
Caro mesmo é o cafezinho, um expresso sai por R$ 4 (mais caro do que a peça, para quem compra meia)
Informações | ||
Data: | Até 30 de junho de 2013 | Idade recomendada: |
Horário: | Sexta e sábado, às 20h e domingo, às 18h | |
Local: | Teatro Centro Cultural Banco do Brasil | Rua Álvares Penteado, 112 - Centro | |
Bilheteria: | Terça a domingo, das 9h às 21h | (11) 3113-3651 | http://www.bb.com.br | |
Ingressos: | R$ 6 (inteira) e R$ 3 (meia entrada). |
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