Que Alfred Hitchcok é o pai dos filmes de suspense todos sabem. Tendo assistido, ou não, qualquer um de seus filmes, é quase impossível encontrar alguém que não conheça a famosa música do chuveiro e o ataque assassino que a acompanha. Este é, justamente, o gancho para o filme Hitchcock (Hitchcock, EUA, 2012), baseado no livro Alfred Hitchcock e os bastidores de Psicose.
Pela primeira vez na direção de um longa de entretenimento, o diretor Sacha Gervasi acerta a mão quando resolve mostrar o gênio do suspense utilizando as tomadas de câmera exploradas por ele e que o tornaram famoso. Além deste detalhe cinematográfico, que não passa desapercebido, Anthony Hopkins é quem, com uma maquiagem perfeita e talentosamente, ressurge na pele de Hitch. Sua postura, seu modo de andar, gesticular, olhar e falar, certamente espelham Hitchcock.
No filme, assistimos o processo de filmagem, criação e bastidores de Psicose. Incluindo as dificuldades deste conhecido diretor em gravar um filme - o faturamento acima de US$ 50 milhões e quatro indicações para o Oscar só veio após Hitch investir todo o seu dinheiro em um filme que ninguém acreditava -, mas vemos principalmente, a relação de Alma Reville, esposa de Hitch durante 54 anos, e Hitchcock.
Na vida de Hitchcock, Alma não é uma personagem coadjuvante, como eu supunha, Alma é mais do que a principal, ela de fato é a Alma de todo o trabalho de Hitch, todos os seus sucessos. Sem Alma a cena do chuveiro não seria tão emblemática e eterna. A escolha pela atriz Helen Mirren foi acertada. Em sua pesquisa, Mirren fez questão de ler o livro da filha de Alma, Patricia Hitchcock, a fim de compreender melhor todo o envolvimento de Alma na vida de Hitch.
Entrevista com o escritor Stephen Rebello: http://trunc.it/n3hgc
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