MediaOn 2011 | 2ºDia | 2ªmesa


  Renato Meirelles, Marcelo Coutinho, Alex Banks e Rodrigo Flores | Foto Carolina Teixeira
A nova Classe Média, ou a conhecida nova Classe C e sua grande presença nas mídias no Brasil foram assunto da segunda mesa.

Em uma análise geral, Alex Banks, diretor-executivo do Brasil e vice-presidente para América Latina da comScore, apresentou a força da mídia digital no Brasil, já na sétima posição em audiência mundial. Cerca de 50.000 brasileiros usam a internet, e esta estimativa não estão pontuados os usuários em lan houses. Banks apresentou dados que mostram o auto índice de envolvimento destes internautas com notícias, além de estabelecerem uma forte ligação com os blogs, sendo o maior país com consumo na categoria blog.


No Brasil, os quatro últimos meses foram importantes para o universo tablets, um crescimento de 50% em acessos à internet via tablets, "proporcionalmente maior do que em muitos outros países", afirmou Banks.


Neste novo mundo brasileiro de conectados, Renato Meirelles, sócio-diretor do DataPopular,  mostrou como a nova classe média não está atrás deste desenvolvimento, pelo contrário, sendo 53,9 % da população brasileira ela se vira para se conectar, seja pelo wi-fi compartilhado, o wi-fi do serviço (via celular) ou até a clássica internet discada - dentro de 56% dos domicílios brasileiros. Ao observar a relevância de um produto a classe média não se importa em pagar, e muitas vezes, até encontra um modo de utilizá-la de forma gratuita.


A relevância vista na internet pela nova Classe C é como ela auxilia em novas conquistas, não à toa, estes envolvidos com internet são mais otimistas e tem um maior interesse social. "A internet contribui mais para a ascenção social do que a educação brasileira", afirmou Meirelles e complementou com a explicação sobre o atraso da educação ante a nova realidade, logo, enquanto a internet amplia o repertório e disponibiliza uma rede de relacionamentos - networking - importante para o crescimento desta nova classe, a educação não sacia esta necessidade. A convergência da educação e internet tem sido  ignorada pelas escolas.


O crescimento das mídias digitais não se restringe apenas a audiência das classes C, D e E, mas também em nível de abrangência geográfica, como esclarece Rodrigo Flores, diretor de conteúdo do UOL. Só o Acre teve um aumento de 1118% de acessos na página do UOL. Flores afirma que apesar da atenção com relação ao público para quem se esta produzindo conteúdo, compreendendo as diferentes formas de diálogo, o problema maior ainda é a ausência da infraestrutura da internet.


A não segmentação do conteúdo, por classes, tem sido um desafio aos produtores de informação, vista como uma segmentação ultrapassada por não observar como as pessoas possuem gostos muito parecidos quando consomem, independente de sua classe social, o gosto por determinado tipo de conteúdo não vem do social, mas do indivíduo. Pensando nisto, o UOL investe no BOL como um exercício de comunicação com esta nova classe, contudo, é possível observar que mesmo "diferenciada" não deixa de informar as mesmas notícias oferecidas para o usuário do UOL. "Existe uma comunicação mais direta e não popularização, essa fala é muito pejorativa", completa.


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