Tímidas Palavras

Vi o seu sorriso e desejei lhe dar um mero olá, talvez, algo mais. Ao abrir a boca as palavras não sairam, teimavam em permanecer cerradas. Tinha medo da vergonha; vergonha em pronunciar besteiras sentimentais que, no fundo, conseguiriam exprimir nada daquilo que realmente estava sentindo.

Meu corpo se agitava por conta própria, obrigava os demais membros e órgãos a trabalharem para impedir aquele bloqueio oral. Porém não obtinha muito sucesso, a mente estava fortalecida por uma razão fria e insensível, impedindo a pronuncia de qualquer palavra compreensível, verdadeira e de efeito.

Como se não bastasse, na tentativa de enganar o cerébro, meus olhos desviaram a atenção para algo banal, deu certo, a língua destravou. Então mais do que depressa voltei os olhos para o sorriso, retribui a simpatia e declarei:

- Acho que hoje chove hem!!!...

Droga...

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