A gagueira pode irritar muitos, para outros passar desapercebida, mas problema mesmo é quando a pessoa gaga precisa discursar, constantemente, para grandes públicos. Imagine então um presidente, um rei.
O Discurso do Rei (The King's Speech, 2010) contará exatamente a trajetória de um homem que acabou se tornando rei, porém, o maior problema enfrentado era exatamente falar em público. Sua gagueira só piorava e não conseguia realizar seus discursos.
George (Colin Firth), com a ajuda de sua esposa muito persistente, tentará driblar esta questão. Após várias tentativas se encontrará com o australiano, não muito normal, Lionel Logue (Geoffrey Rush). Mais do que lidar com a gagueira e compreender por que ela está presente em sua vida George aprenderá muito sobre amizade e sobre si mesmo.
A história é bem construída. Um enredo lento, no começo, porém necessário e não chega a ser cansativo. As belas imagens fascinam, além do bom humor presente nas cenas com Lionel e George.
Não vale a pena ficar avaliando se a história contada está de acordo com a realidade do pai da então rainha Elizabeth II. Legal mesmo é deixar se envolver pelo desafio de George.
Este desafio reafirma o poder da comunicação, das palavras ditas verbalmente ou expressadas, independente da maneira como as utilizará; a verdade é que são significativas. Não se trata somente de conseguir realizar um belo discurso ou declarar palavras as pessoas. A comunicação tem mostrado, desde sempre, o quão poderosa é. No filme ainda reafirmada pelos acontecimentos Hitler - ele pode ter sido um ditador, mas ninguém pode negar a sua competência no falar.
Colin Firth dá um banho de atuação, definitivamente sua indicação ao Oscar faz sentido. Nos unimos a ele e Lionel na tentativa de fazê-lo falar adequadamente; não se surpreende se no discurso, que dá nome ao filme, você não conseguir respirar como se quisesse emprestar suas cordas vocais ao rei.
Geoffrey Rush não fica atrás, uma atuação fantástica e seu personagem valoriza o protagonista, em alguns momentos é possível se questionar quem é o protagonista da história. Além de ser o responsável por muitos momentos de humor neste drama.
Outra indicada ao Oscar neste filme é Helena Bonham Carter na pele da zelosa e corajosa Elizabeth. Sem muitas falas, porém com presença marcante e importante. Estes três atores conseguiram, com certeza, construir uma cumplicidade intensa e interessante de ser observada.
O filme não chega a ser no estilo 'cult' e também não entra completamente no modelo 'hollywodiano', o que permite a qualquer um arriscar ficar quase duas horas na frente da tela. Não se preocupe a competência da história, atores e imagens não te fará sentir cansado e não estará perdendo tempo. Além de ser um grande lição de superação.
Obs: O Discurso do Rei tem 11 indicações para o Oscar 2011, não é exagero e certamente pelo menos um ou dois levará.
O Discurso do Rei (The King's Speech)
lançamento: 2010 (Inglaterra)
direção:Tom Hooper
atores:Colin Firth, Helena Bonham Carter, Geoffrey Rush, Michael Gambon.
duração: 118 min
gênero: Drama
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