Cabeça de artista é complicada de ser estudada até pela psicologia. Uma constância de altos e baixos, sendo os baixos mais intensos - com um pé em momentos depressivos.
Alguns afirmam ser um mau sinal, mas o artista já observou ser o momento de maior produtividade, por alguma razão todas as telas e folhas brancas parecem dar lugar a infinito momento criativo quando o estado do artista é infeliz.
Ele não chega a ser improdutivo no período de felicidade, mas produzir realidades não existentes, ir além do oferecido ou até discorrer sobre assuntos do mundo real parecem ter mais claridade em momento de dor. Talvez porque a felicidade já nos ilude com relação às dificuldades da vida e, ao mesmo tempo, há o medo de olhos invejosos.
Para ser um artista todo cuidado é pouco, pois além da produtividade a todo vapor nos períodos depres, o seu mundo parece fazer muito mais sentido quando vivido sozinho. Até tenta participar de comunidades, se envolver, mas a dificuldade é sentida instantaneamente, mais uma prova de que não são iguais as ‘pessoas normais’.
Existe uma sensibilidade mais aguçada do que o normal, porém o mais interessante é observar uma mente incrivelmente racional apesar de toda esta sensibilidade. Algo paradoxal se for examinar profundamente, todavia artistas incríveis costumam estar bem desvinculados das emoções mundanas, talvez criem suas próprias sentimentalidades. Mais um elemento diferenciado do restante da realidade.
Lidar com tantos elementos distintos e não próximos da realidade cultural oferecida pela sociedade leva muitos artistas à loucura, outros não produzem mais, pois têm medo da demência ou simplesmente da total criação de um mundo paralelo.
Porém, não é tão simples lidar com esses dois mundos. Quando se é artista, não é possível simplesmente guardar essa identidade no armário e usar outra; está nas entranhas, no inconsciente, nos cinco ou mais sentidos que possa explorar.
É preciso cuidado, atenção, para criar um equilíbrio possível de vivência e criação, este costuma demorar anos para ser alcançado, podendo nunca ser encontrado, mas só a busca dele permite uma vida menos anormal e menos desesperada nos altos e baixos apresentados por uma mente eternamente ativa e criadora de tantas realidades.
2 Comentários
Ótimo post! Bem instrutivo e bastante interessante. Adorei.
ResponderExcluirRealidades não existentes, Carolina? Taloko, hein?
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