Os olhos femininos foram atraídos pela imensa vitrine de vidro. Antes que pudesse pensar, já estava pedindo licença e entrando. As boas vindas foram cantaroladas, assovios de pássaros. A surpresa: eram de verdade.
Antônia explicou que os belos pássaros de sua filha ficavam ali, para alegrar o ambiente.
- Hoje eles estão muito eufóricos, talvez tenham gostado de você.
- São realmente lindos! - afirmei encantada.
- Sim. Infelizmente teremos que dar alguns, mas não todos, minha filha ficaria triste.
Antônia e os pássaros de sua filha pareciam se entender muitíssimo bem.
No metrô, observava uma bolsa grande nos braços de seu dono. Em um piscar de olhos, um focinho surgiu. Miguel, um york shine bem simpático, viajava muito naquela bolsa. Uma calma e sossego que não combinavam com a enlouquecida São Paulo.
- Mas ele sempre fica quietinho assim? - não resisti e perguntei ao estranho do metrô.
Com um sorriso e fazendo carinho no Miguel respondeu:
- Ah, sim. Ele adora passear. E, assim, sempre tenho uma boa companhia.
- Qual o nome dele?
- Miguel. - afirmou seu dono todo orgulhoso.
Miguel e o estranho do metrô tinham uma impressionante cumplicidade.
Subindo uma ladeira qualquer, muitos paravam sua caminhada ou, diminuíam os passos para observar algo. Segui a direção e lá estava a razão. Um cãozinho passeava com sua dona. Ele estava de fraldas, pois é, tinha espaço para o rabinho e tudo mais.
- É existe louco para tudo. - comentei com uma pedestre.
- Hehehe...e olha que não é barato fralda hem...
O cão com sua fralda talvez tivesse uma dona muito cuidadosa com a limpeza do meio-ambiente.
Lili tem um pelo preto e brilhante, parece sentir que é bela e querida. Exigente com a alimentação, não aceita outra marca, nem outro tipo de refeição, senão aquela que elegeu como sua. O colo também foi escolhido 'a pata'. O computador, às vezes, hipnotizava, porém, nada viciante. Prefere ficar deitada no balcão e observar tudo o que acontece ao redor. A gata é exigente com tudo, seletiva, enjoada, sabe o que quer.
Lili e seu dono possuem uma incrível semelhança.
Através da janela do ônibus, caminhando na calçada o cachorro levava seu dono para passear. Deve ter sentido que seu dono precisava tomar ar, mas precisaria de um apoio moral. A coleira estava no pescoço do cão e, a outra ponta, estava envolvida na cintura do dono. O cachorro ia na frente a passos calmos, vez ou outra, olhava para trás.
Companheirismo mesmo nos momentos de troca de posto.
Talvez um dia compreenda a complexidade do comportamento entre homens e seus animais de estimação.
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