Na chegada, em um canto escuro, iluminado por um raio de luz mínimo. A luz guiava o caminho que devia ser seguido e mostrava onde a mão devia tocar. Ela estava deitada, largada, desejando ansiosamente um toque de alguém. Qualquer um!
As pessoas a rodeavam aos poucos, observando e temendo. O medo de tocar parecia dominar, mesmo quando esta ansiava e pedia desesperadamente pelo toque. Alguns tocaram por vontade própria, outros foram forçados pela luz e, em algumas circunstâncias o elo do toque foi tamanho que não quis largar.
Porque o medo de tocar? Medo de que exatamente?
Direcionados para outro espaço o ponto branco se mexe, movimenta-se em uma intensidade ofegante. Olhos receosos e curiosos. O que aconteceria?! Porque saiu de lá? Porque tentaram fazer com que retornasse? Porque tentou nos envolver?
O lado reservou uma tentativa desesperada de contato entre dois seres, mais uma vez fechadas em seus mundos, na tentativa de ir além, de se conhecerem, de não se perder. Medo do desconhecido. A ação de sair para o encontro foi brusca, dolorida. Surpresa!! As duas descobriram uma e a outra, amor e raiva, carinho e tapa, afeto e nojo.
O celular e suas musiquinhas tentam atrair a atenção daquela que não quer ser notada, não quer ser vista. Finge não estar incomodada, pelo menos dessa forma acredita manter sua invisibilidade. Impossível! Ele notou e queria provar, conseguir uma reação. Foto. Reação. Convite. Achego. Invasão. Afastamento. Solidão.
Lavar os pés, ato de humildade?! Mais um a ser suportado, mesmo que a força aparente ser nula. Mesmo que não entendam a razão, mesmo que entre abraços existam os tapas e o calar. Necessidade do outro.
O encontro intenso. Reservado para o final. O passo forte, os desejos e reações incontroláveis. O odor envolvente. Tentativa de entrosamento. O apoio e a competição tão próximos. O contato refeito àquela que necessitava de toque, a todos que necessitam. Confiança!!!
Mais uma vez o Balé da Cidade de São Paulo envolve e surpreende com a apresentação Metas Sensoriais. A fria e escura cúpula do Theatro Municipal vivenciou não só o espetáculo, mas a realidade do comportamento humano. Nossos sentidos e sensações.
As pessoas a rodeavam aos poucos, observando e temendo. O medo de tocar parecia dominar, mesmo quando esta ansiava e pedia desesperadamente pelo toque. Alguns tocaram por vontade própria, outros foram forçados pela luz e, em algumas circunstâncias o elo do toque foi tamanho que não quis largar.
Porque o medo de tocar? Medo de que exatamente?
Direcionados para outro espaço o ponto branco se mexe, movimenta-se em uma intensidade ofegante. Olhos receosos e curiosos. O que aconteceria?! Porque saiu de lá? Porque tentaram fazer com que retornasse? Porque tentou nos envolver?
O lado reservou uma tentativa desesperada de contato entre dois seres, mais uma vez fechadas em seus mundos, na tentativa de ir além, de se conhecerem, de não se perder. Medo do desconhecido. A ação de sair para o encontro foi brusca, dolorida. Surpresa!! As duas descobriram uma e a outra, amor e raiva, carinho e tapa, afeto e nojo.
O celular e suas musiquinhas tentam atrair a atenção daquela que não quer ser notada, não quer ser vista. Finge não estar incomodada, pelo menos dessa forma acredita manter sua invisibilidade. Impossível! Ele notou e queria provar, conseguir uma reação. Foto. Reação. Convite. Achego. Invasão. Afastamento. Solidão.
Lavar os pés, ato de humildade?! Mais um a ser suportado, mesmo que a força aparente ser nula. Mesmo que não entendam a razão, mesmo que entre abraços existam os tapas e o calar. Necessidade do outro.
O encontro intenso. Reservado para o final. O passo forte, os desejos e reações incontroláveis. O odor envolvente. Tentativa de entrosamento. O apoio e a competição tão próximos. O contato refeito àquela que necessitava de toque, a todos que necessitam. Confiança!!!
Mais uma vez o Balé da Cidade de São Paulo envolve e surpreende com a apresentação Metas Sensoriais. A fria e escura cúpula do Theatro Municipal vivenciou não só o espetáculo, mas a realidade do comportamento humano. Nossos sentidos e sensações.
Cia. 2 do Balé da Cidade de São Paulo
Meta-Sensoriais
Direção cênica: Mariana Muniz
Assistência de direção: Lilia Shaw
Trilha sonora: Celso Nascimento
Consultoria de figurinos: Tânia Marcondes
Iluminação: Celso Marques
Ambientação cênica: Cláudio Gimenez
Dias 23, 24, 27 e 28 de novembro de 2007, às 21h;
Dia 25 de novembro, às 20h
Ingressos: R$ 10 (esgotados)
100 lugares
Local: Cúpula do Theatro Municipal (acesso por escadas)
Recomendação etária: 14 anos
1 Comentários
Carol!
ResponderExcluirVocê voltou e voltou com muita classe, hein?! Um belo texto, uma profunda análise de uma peça que parece ser muito interessante.
Meta-Sensoriais: esse nome já diz muito, mas confesso que a tua descrição me deixou bastante curiosa...
Parecer ser uma bela peça! E o seu texto está ótimo!!!
A-DO-RE-I!!! :D
Espero que o seu retorno ao u niverso virtual seja definitivo!!! ;)
Beijos