De cabeça

Relembrar mudanças, ou viver minimamente a troca de lugar dos móveis, tem uma magia realmente diferente. 

Acordei renovada. 

Não, ainda não foi a melhor noite de todas, estava de ponta cabeça, sentia todo o meu peso do lado contrário da gravidade.

Não importa. 

Eu voltei a querer fazer mais, com ideias, não tão novas, mas recuperadas da gaveta do quarto dos fundos. Tenho certeza que com um bom espanador consigo retirar todo o pó e ainda dar um ar contemporâneo nelas.

Só preciso ser cuidadosa.

Não demais...demais pode destruir tudo e volto ao gaveteiro. Contudo, correr como se não houvesse amanhã pode estragar um belo trabalho.
Pensar demais, pensar de menos, agir demais, agir de menos, o equilíbrio se põe tão distante que dá preguiça estender os braços.

Como é complicado alcançá-lo.

Uma liberdade amarrada pode me consumir se eu não compreender como desatar o nó, mas pode me surpreender ao puxar o cordão certo. 

Tudo continua na minha cabeça, já dou alguns passos, desta vez acordei e sorri, brinquei, ao invés de reclamar a noite agitada. Foi a visita do garotinho viciado em café e sushi, que perdeu tudo em uma tarde de domingo, nesta minha noite? Ou apenas a nova composição decorativa da noite anterior?

Deixa quieto.

Divagações não trazem respostas, apenas congelam ações. 

Já sei!

Continuarei vivendo normalmente, deixarei a cabeça borbulhante criar forças para me acalmar e mandar nas minhas coordenações motoras.

Isso!

Sem culpa, sem cobrança, sem lista, talvez no meio do caminho até crie uma ordem agendada, mas por agora, para uma nova experiência o fluxo contínuo desta bagunça sem título pode ser a melhor solução para novas ações ou velhos passos restaurados.

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