Não posso parar


Estou pronta para dar sequência na minha história, cada vez mais as peças se encaixam. É um trabalho complexo - a minha realidade e a ficção de mãos dadas. Ainda não está pronto, mas tenho orgulho. Ganhei confiança.

Abro o laptop, ligo o som, pego uma água e sento. Lá vou eu rabiscar, deletar, escrever, sinto a agitação da mente e dos dedos. Qual o título mesmo? Hum, ainda estava sem. Caramba, com qual nome salvei?! Ok. Vou caçar...

Documentos-Carolina - nada.
Imagens - Todas - nada.
Documentos Recebidos? Downloads? Música? Desesperada olho todas as pastas, algo está partindo sem se despedir. Lixeira: Vazia!

Não acredito!!!! Perdi! Sumiu! O maldito buraco negro dos bites e megabites engoliu meu arquivo!!!!!!!!! Só pode ser isso! Cadê? Cadê? 

Como????????????????? Penso todas as possibilidades e nada me vem. Droga! Que burra, eu devia ter salvado no pendrive, no e-mail ou até na nuvem. Quer saber, dane-se.

É o meu fim. Cadê meu cobertor? Preciso deitar, estou sem ar, sem rumo. Não pode ter desaparecido. Nunca mais escreverei. Ah!!!!!!!!!!!!

Limpei as lágrimas e me enterrei para sempre - ok, pelo menos algumas horas - em meu cobertor azul. Não acredito. Estava perfeito! Não estava?! Peraê, não foram tantas folhas assim, foram?! Afogada em minhas interrogações decidi abdicar o meu trono de rainha do drama e fui lavar louça.

Naveguei por horas pela promoção da Amazon, não comprei nada. Desafinei Ellie Goulding, os gatos não tem vez em casa. Mandei algumas mensagens aleatórias. Fiz salada verde, batata-doce e um filé de alcatra caprichado. Para finalizar, uma taça de vinho tinto. Claro!

A perda ainda existe, e a vida também.

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