Sem idade para viver

A vida parece querer dar adeus à viúva Evelyn (Judi Denchpara), ao casal Douglas (Bill Nighy) e Jean (Penelope Wilton), aos românticos Madge (Celia Imre) e Ronald (Norman Cousins), ao juiz Graham (Tom Wilkinson) e a preconceituosa Muriel (Maggie Smith). 

Os sete são desconhecidos, com histórias de vida diferentes, mas unidos pela idade e, principalmente, pelo Exótico Hotel Marigold - para idosos e bonitos. Será à caminho da Índia que os sete ingleses descobrirão tudo o que a vida pode oferecer, além da morte, a partir de determinada idade.

Ao chegar no hotel, são recepcionados pelo empolgadíssimo Sonny (Dev Patel). A recepção simpática parece ser necessária para encubrir o fato de que o hotel não é nenhum cinco estrelas, como informado pelos folhetos, mas com grande disposição e potencial para oferecer o melhor serviço possível. Para Sonny tudo dá certo no final, e são não der certo, a razão é simples: o final não chegou.

Com o ditado na mente, os novos hóspedes topam arriscar. Começa a aventura de encarar uma vida cuja realidade é completamente diferente da habituada na terra da Rainha. Se esforçam, ou não, para aprender a viver com a cultura local.

E não será só a cultura a ser descoberta, mas a amizade, o amor, o sentido da vida e principalmente, a compreensão de que nunca é tarde para recomeçar - a vida só termina quando morremos. Será com esta mensagem que o diretor britânico John Madden nos guiará na agradável história "O Exótico Hotel Marigold" (The Best Exotic Marigold Hotel, 2011), de maneira engraçada, profunda, com cenas rápidas e lentas, na tentativa de mostrar como o tempo passa por nós.

A Índia está radiante. Uma Índia com cultura tradicional e moderna, ótimo ambiente para se pensar em passado, presente e futuro. Suas cores vibrantes, correrias populosas, músicas empolgantes e paradoxos entre realidades tão pobres e grandes aranha-céus de empresas de telemarketing oferecendo sua mão de obra para grandes potências econômicas.

Um filme para qualquer idade, com humor na medida e história muito envolvente. Para pensar no que fazemos, ou deixamos de fazer, afinal de contas, parece não ser só a idade o grande impecilho para a realização de sonhos.

Por mais fracassados que possamos parecer, é preciso olhar em frente, se agarrar naquilo que se ama para não parar. Continuar vivendo. E arriscar. Pois, como pontuado por Evelyn 'quem não arrisca nada, não tem nada'.