Ônibus do Interior

Já no ponto de ônibus resolvi dar sinal para qualquer ônibus. Estava atrasada e não tinha muito tempo para aguadar o de sempre. Seria mais caro, ele vem de mais longe, mas não tinha opção.

Era um igual a tantos outros, achava eu, quando entrei notei ser minha observação falsa. Aquele ônibus era diferente, as pessoas tinha um ar de sossego diferente do meu ônibus. Estavam com sono, não cansadas, pareciam despertar aos poucos.

Arrumei um lugar para mim e sentei. Fiquei só observando, então lembrei da origem daquele transporte, de fato, através daqueles rostos a confirmação da vida do interior.

Para dar mais ênfase à situação um homem acordou e levantou. Era um senhor, ainda estava com olhos meio fechados. Certamente desceria no próximo ponto, mas não, ele foi para o fundo do ônibus. Voltou. Atrás dele uma menina, ainda esfregava os olhos de sono. Enquanto o moço voltava para o seu banco, ela foi até o banco do lado da porta e pegou sua mochila.

O senhor voltou a dormir, a pessoa que carregava a mochila também, a menina desceu rumo ao seu destino. E o ônibus prosseguiu em seu caminho. Na cidade pequena, todos conhecem todos, mesmo em rodas.

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