O jornalismo e as mídias digitais

As mídias digitais, antes mesmo de maximizar e acelerar o processo de informação, permitem maior proximidade com o leitor, com seu consumidor final. Uma aproximação tão intensa que este acaba interagindo mais e se torna co-produtor das informações antes possíveis apenas para jornalistas.

Desta forma, o jornalista não é mais visto como o único detentor das informações. Seu posicionamento ante a sociedade é alterado, já que a internet transmite e recria uma cultura mais autônoma.

Logo, como observado por McLuhan o meio não apenas se torna a mensagem, como haverá uma descentralização na cultura eletrônica e possibilitará um maior envolvimento abrangendo além do conteúdo. Castells, McLuhan e Barbero mostram, no decorrer de seus estudos, o poder vindo dos leitores que sairam da passividade para a produtividade.

Acontece que mesmo lidando com o coletivo/público, as novas mídias permitem uma questão de identidade muito mais do que as anteriores, já que posso utilizar destes recursos para me 'posicionar' mostrar meus desejos e anseios.

O jornalismo, dentro desta nova realidade apresentada pela cibercultura, precisa se pensar como um 'contador de histórias' mais individual e como articulador, analista das questões 'gerais' para melhor localizar o seu usuário. Desta forma, ele mostra sua necessidade em ter o leitor por perto e, o leitor vê como tem necessidade de ter um verdadeiro jornalismo próximo.

A qualidade do jornalismo estará, justamente, em produzir um conteúdo interativo, interessante, pensando em primeiro lugar no seu leitor, pois desta maneira haverá maior cumplicidade.

Uma boa maneira de dar os primeiros passos seria através do jornalismo de noticiário local. Ver nas novas mídias a chance do comunitário, mesmo que, na verdade, esta situação tenha causado a diminuilão no investimento deste jornalismo.

Seguir em caminho contrário seria abrir oportunidade para novas histórias em novo formatos e arriscar um público que foi deixado de lado, mas que consome muita informação. Observe que os atuais sucessos jornalísticos, nesta realidade cibercultural, lidam exatamente com a individualidade, a precisão, o específico como a The New Yorker e o politico.com. Um foco muito bem trabalho e esmiuçado.

No mar informativo oferecido para um mundo globalizado, o que as pessoas querem é se ver ali, na informação, talvez por esta razão vídeos caseiros em YouTube rendem tantas visualizações. Além disso, é preciso pensar em qual formato agrada mais determinada cultura.

Não adianta aumentar os textos em um país mais oral e imagético, as variedades midiáticas servem para oferecer oportunidades. Por exemplo, porque do lado de um texto jornalístico na internet não tem um ícone que, ao clicar, se trata de uma gravação do mesmo texto, mas narrado?! Pelo menos as principais matérias.

Com tudo isto é possível afirmar que o jornalismo se assustou e deixou de lado seu conteúdo e, vem deixando de lado as possibilidade de variar no modo de publicação do mesmo, impedindo seu crescimento e fechando portas para si mesmo. Enquanto seus leitores se adaptam tão bem com a nova realidade, ultrapassando as barreiras da indústria da comunicação.

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