Cadeira de Balanço: A Revolução dos Bichos

“Para falar a verdade, tanto Jones como tudo quanto ele representava já estavam quase apagados de suas memórias. Sabiam que a vida estava difícil e cheia de privações, que andavam constantemente com frio e com fome, e trabalhando sempre que não estavam dormindo. Mas, sem dúvida, antigamente fora muito pior. Gostavam de acreditar nisso”.
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A Revolução dos Bichos é um livro velho e clássico. Livros clássicos são eternos por serem atemporais, e revolução é mais do que atemporal, mostra o quanto a sociedade pode ser tão parecida e pensar tão igual mesmo em pleno século XXI. A obra de 1945 é uma crítica ao comportamento humano, mais do que somente ao comportamento político. Para tanto George Orwell utiliza um sítio e personagens do reino animal.

Certamente o criador da animação "Fuga das Galinhas" já leu Revolução, assim como outros que decidiram mostrar a ação dos bichos na luta por sua sobrevivência. As releituras são romantizadas ao extremo e não passam nem metade da mensagem transmitida por Orwell.

Revolução dos Bichos deveria ser lido em sala de aula, pelo menos no colegial, mas acredito que seria mais fácil os governos queimarem o livro do que permitir sua entrada nas salas de aula. Entre tantas questões discutidas e de reflexão, a revolução mostrará o quanto o conhecimento é necessário. Não o aprendizado grupal, em que um saber é o suficiente, mas o pessoal, o individual. Para uma sociedade não ser enganada ou facilmente manipulada o saber é essencial. Talvez, a maior lição esteja exatamente no saber.

O livro é fácil de ser lido e muito didático. Prático. Mas incrivelmente profundo. Falar dele para os que não leram, é um risco, cada um deve ler e tirar suas lições, porém, de forma geral, é possível observar como todos os que tiveram contato com os bichos deste sítio reconhecem a força da soma do conhecimento e comunicação em uma sociedade.

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