Bloqueou. Travou. Nada vem na mente. As mãos aguardam ansiosamente pelas palavras que parecem não surgir e quando surgem não fazem sentido algum. É incrível como esses momentos de brancos são constantes.
Pior. Resolvo desligar tudo. Dormir. Afinal de contas do que adianta ficar aguardando, aguardando, aguardando, se já foi anunciado o cancelamento da viagem. Fecho os olhos, um pouco irritada. Odeio quando as palavras me dominam, isto é, elas ficam brincando na minha cabeça, mas não saem de lá. Adoram se alojar na massa cinzenta.
Então meus olhos resolvem dar um descanso para mim mesma, a ordem foi enviada e os olhos fecham. O sono chega quase que instantaneamente, logo, o sonho. Ah, o sonho trás à tona todas a palavras perdidas.
Não quero abrir os olhos, pois sei qual será o resultado. Já tentei escrever de olhos fechados, mas é complicado driblar o sonho, o inconsciente sabe que estou dando lugar ao consciente. Não resisto, abro um olho, pego o bloco e a caneta. Tento escrever e...
NADA... O sonho se foi, eu acordei, a insônia surgiu e as palavras parecem só gargalhar em minha cabeça...
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