O primeiro dia de 2011 foi caprichado na Brasília de Niemeyer. O dia escureceu e a chuva fez questão de animar a festa presidencial. Festa especial, em um país de raízes patriarcais onde mães sustentam suas famílias e se responsabilizam pelo funcionamento da mesma, a mulher conseguiu chegar ao topo máximo. Não mais presidente e sim presidenta. Ok, a imprensa parecia ainda não gostar do novo termo, já que na posse da Excelentíssima Dilma Rousseff se recusou a usar o novo termo e persistiu em 'a presidente'.
A chegada de Dilma foi ofuscada pela chuva intensa, que impossibilitou a tradicional entrada pela rampa -perigo de quedas-, a entrada ficou pelo subsolo. Uma chegada molhada, tumultuada, digna de celebridade pop.
As primeiras palavras de Dilma contaram com a promessa de compromisso com 'a integridade e independência' brasileira. Verdade!? Fala repetida?! Normal...
O discurso da presidenta foi caprichado, ao estilo Lula, porém sem o tom carismático. O agradecimento ao ex-presidente já era esperado, as mulheres foram exaltadas, sem se desligar da importância presidencial de Lula. "Após homem do povo trabalhador uma mulher", relembrou.
Dilma não deixou de lado os brasileiros. Em seu discurso fez questão de valorizar os 'brasileiros e brasileiras' tão trabalhados e desenvolvidos por Lula para transbordar essa brasilidade existente em cada um de nós. "Vivemos um dos melhores momentos da vida nacional", afirmou a presidenta.
A continuidade é vista como necessária, para Dilma 2011 será um período de consolidação da obra transformadora realizada pelo governo Lula. E seguindo essa linha recordou a importância da participação de todos nesta continuidade, um 'país continental'. Onde a probreza precisa ser erradicada, as pequenas empresas constantemente valorizadas e desta maneira confirmar ser o Brasil uma das "nações mais desenvolvidas e menos desiguais do mundo".
O discurso foi um pouco longo e um tanto quanto utópico, mas estamos para ver neste mundo contemporâneo da política qual não o é. Afinal de contas, como lidar com uma fala sobre "remuneração adequada" semanas após a nova remuneração dos parlamentares.
A faixa demorou para ser repassada, mas deu tempo de Dilma passear e acenar, já que a chuva resolveu dar um tempo. A roupa vermelha cedeu lugar ao branco da cultura permanente da 'santidade feminina', junto com ela a curiosidade em saber como será o governo desta mulher comandada e envolvida por tantos homens tipicamente brasileiros.
0 Comentários