Chafé

O trabalho aumentou no decorrer do dia, consegui concentrar meus pensamentos naquelas papeladas e no computador. Esqueci todo o resto, o almoço, o Rafael, até aquele pedaço de papel amarelo. O bicho pegou, precisei resolver uns pepinos de última hora e não tinha tempo para ninguém.

Um dia com mais doses extras de café na minha vida. Já falei que não gosto de café né?! Pois bem, naquele dia por alguma razão tomei até dizer chega. Não enxergava ninguém. Então, parei um pouco para respirar, me joguei na cadeira, me estiquei e passei a mão na caneca para beber mais um pouco de café.

Hum, estava quentinho, desceu de maneira saborosa, mas, peraê, não era café. Tinha gosto de camomila, dei mais uma bebericada e, de fato, aquilo era chá de camomila. Foi aí que me dei conta. Como eu podia ter bebido tanto café se eu não tinha saído daquela mesa por um segundo, nem para ir ao banheiro!

O expediente já estava acabando, digo, na verdade, já tinha acabado, olhei ao meu redor e alguns setores estavam apagados e vazios, uma ou outra pessoa passeando por lá. Alguém repôs toda a minha bebida para me manter no pique, e no final mudou para algo mais calmo, como se quisesse me obrigar a parar e descansar.

Fechei meus olhos jogada na cadeira. Muito tinha acontecido naqueles últimos dias e Rafael forá o responsável por boa parte, mas, até o café e o chá!? Será?! A caneca só podia ter sido ele, afinal de contas, não lembro de ter molhado outra camisa com café. Aproveitei o momento, a bebida, liguei uma música e me esqueci...she's the one, she's the one, I say it loud...Abri um sorriso, o dia não tinha apenas começado de maneira especial, mas, terminado com um sonho a iniciar.

0 Comentários