Em busca deste tal amor...

     Foto | Carolina Teixeira

"Agora que encontramos o amor, o que vamos fazer com isso? "...

É o tipo de questionamento feito quando desejamos muito uma coisa e, então, conseguimos. Ou você nunca reparou: após conseguir algo, você vibra, se empolga e logo cansa. Sabe, como criança mesmo, que mau ganhou aquele brinquedo tão sonhado, já começa a sonhar com...outro!

Nós temos a incrível capacidade de não aproveitar as conquistas. Sempre estamos desejando algo, e nunca é aquilo que já temos. Não conseguimos nos satisfazer tão facilmente, e não falo apenas de coisas materiais, mas também imateriais, como as relações com as pessoas. Logo não é uma doença do capitalismo nos forçando a uma realidade consumista, mas uma doença do ser humano em sempre querer mais, ou simplesmente, o que é do outro.

Brigamos tanto por mais amor, por mais respeito, por mais educação para o mundo, mas somos incapazes de um bom dia dentro de casa, ou simplesmente varrer um chão, ou pior, achamos desnecessário encontrar, ao vivo, um amigo apenas para colocar o assunto em dia e sem um celular piscando a cada segundo.

Para quê, afinal de contas, exigimos tanto amor? Com o nível do nosso egoísmo será mesmo necessário toda essa quantidade de amor, ou se trata apenas de enxergarmos aquele que já possuímos e aproveitar melhor?!

Não, cada vez mais ouço as pessoas discutindo como 'o povo' não se levanta mais, 'o povo' precisa reagir, essa decisão é um desrespeito para o 'povo'. Tanto 'povo' engoliu todo nosso eu e, claro, a facilidade de estar no meio do 'povo', apontando o dedo para ele, fez com que relaxássemos. Logo, se o mundo não tem amor é por culpa do 'povo' e não minha. 

É, parece que o egoísmo também é esperto...

Não precisamos de mais amor, precisamos de mais olhadas para o próprio umbigo e consequentemente mudanças individuais. Desta forma, descobriremos, escondido em algum lugar, todo esse amor e, quem sabe, saberemos exatamente o que devemos fazer com 'isso'.

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