Blubell & Black Tie


Foi neste mundo de arriscar os ouvidos em ambientes desconhecidos que tive o imenso prazer de conhecer Blubell & Black Tie. O quarteto é formado pela performática cantora Blubell e nas cordas os experientes Fábio Tagliaferri, Swami Jr e Mário Manga (detalhe curioso, dois destes são os famosos passarinhos do Cástelo Rá-Tim-Bum).

Neste encontro de gerações, que não para nem na escolha do repertório, o resultado é um frescor para os amantes de boa música. E como dito por Manga, houve cuidado na escolha de uma playlist com muita MPB, isto é, música popular bacana. Pronto, não apenas bacana, mas clássicos de vários idiomas - inglês, português, francês e italiano - com novos arranjos de qualidade. 

Foto |  Pops Lopes
Entre as tantas opções musicais Blue, de Blubell, me cativou e emocionou, pelo simples fato de ser uma música feita para minha amada cidade e poetizar sobre ela de um modo que pude concordar. São Paulo é sim a cidade de metal com um toque especial apaixonante de blue. Em La Vie en Rose, há uma demonstração de respeito pela obra de Edith Piaf que arrepia. A divertida canção italiana Volare, de Domenico Modugno ganhou um movimento cuja vontade é de alçar longos voos. Em um tom mais romântico a deliciosa Yokohama Girl, de Inácio Zatz e Louis Chilson. Para fechar a noite, uma surpresa com Those Were the Days, mais conhecida por "Pedro de lara ra ra!! Ra ra rá!!!", fazendo com que todos saíssem com um gostinho de quero mais e grande sorriso no rosto tamanha a satisfação.

A afinação do quarteto foi completada pela graciosa e inspiradora apresentação em palco de Blubell. A cantora se mexia o tempo todo, porém não se tratava de passos fora de ritmo, pelo contrário, tudo se somava à sua voz suave e marcante, dando ao momento uma intensidade ímpar.

O trio de músicos acompanhava no apoio vocal, com seus diversos estilos de cordas e ainda ficou por conta de Manga a descontração com a plateia para aquele desconfortável momento de troca de instrumentos; com Blubell & Black Tie não tem tempo ruim nem em situações como esta, brincadeiras, propaganda do novo cd e algumas curiosidades fazem o tempo passar e a plateia não querer perder um segundo.

Em uma apresentação rica e completa, os duetos se mostraram desnecessários e até fora de tom. Mesmo com participações de peso como Mariana Aydar e Zeca Baleiro, certamente a ausência deles não faria falta. Blubell & Black Tie conseguem facilmente caminhar pelas experiências musicais sozinhos.

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