Papo aqui, papo acolá

Ela tem cabelo fogo, combinando com sua tatuagem em chamas na coxa da perna. Mesmo frio foi possível observar, já que sua bota era de cano curto, combinando com seu micro short.

Ele chegou, e de longe, já a notou. De cabeça raspada, alargadores nas duas orelhas, um piercing para cada lado do lábio e mochila no ombro, se posicionou bem ao lado dela.

Com as mãos no bolso ele a observava, seus olhos seguiram das botas curtas à perna nua, até o movimento para pegar o celular. Ela continuou em sua posição como se não notasse a presença daquele que a devorava com os olhos.

Então ele perguntou:
- Tal ônibus já passou?
- Não. Eu também estou esperando.
E a conversa não parou, ela deu um passo para frente, sorriu e começou a falar.

Ele olhava e ouvia, enquanto tirava a mochila do ombro e de dentro retirou o caderno.
- Eu acho muito mais prático, só pegar, anotar e pronto. - Afirmou enquanto colocava a ponta do lápis no papel.

Ela riu mais alto. Ele olhou de canto e seu  meio sorriso deve ter sido satisfatório; estava terminando de anotar algo, entregou para ela e ambos sentaram lado à lado no mesmo ônibus. Lugar onde sorrisos, inteligências, conversas e galanteios dão continuidade até o ponto final.

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