Lendo por aí

Eu leio. Não lembro quando comecei a ler. Só sei que não parei, continuo lendo. Leio tudo. Leio placas, leio notícias, leio bulas, leio textos, leio palavras. Palavras são escritas para serem lidas. Nem sempre são boas, mas eu leio.

Descobri ser uma apaixonada pela leitura. Então eu leio mais do que imaginava um dia ler. Contudo, não significa ausência de dúvidas sobre minhas leituras, afinal de contas porque e para que eu leio? Quer dizer sabemos dos pontos positivos, vocabulário, fala, conhecimento, etc., etc.. Mas são tantas as leituras que certo dia parei de ler para pensar, pra que?!

Muitas delas tenho certeza: esquecerei. Outras poderão ser lembradas sem muito esforço, ainda algumas inconscientemente. Fico triste quando leio algo que muito me agrada, e não tenho certeza como poderei compartilhar, ou em que momento da vida poderá ser útil. Nestes momentos o pensamento vai mais longe e me pergunto: devo continuar lendo? Existe real utilidade para tantas leituras?

E as leituras parecem só aumentar. Os modos como podem ser lidas, os formatos variados, os estilos, os assuntos, é um crescimento contínuo independente do nível de evolução da tecnologia. A leitura não depende da tecnologia, depende apenas de olhos treinados para ler.

Não canso de me treinar. Sou curiosa, quero saber o que estão escrevendo, sobre o que estão falando, como estão falando...Continuo lendo. Mesmo não entendendo exatamente para  onde vão todas as leituras já deslumbradas por meus olhos. 

Resolvo deixar as perguntas de lado e apenas aproveitar os meus momentos. Aproveitar a leitura para encarar novas realidades, criar novos mundos, me indignar, me animar, vislumbrar os possíveis e impossíveis.  Resolvo apenas ter os antigos olhos de uma criança quando descobre o quanto uma leitura pode ser muito mais interessante do que apenas uma opção de castigo.

E assim vou lendo. Vou lendo apenas por ler. Sem saber o porquê e o pra que. Apenas por ler!