O amor e sua delicadeza

                                                                                                                       Dilvugação

Audrey Tautou retorna graciosamente ao cinema francês em A Delicadeza do Amor (La delicatesse, França 2011). Nesta história de amor, Tautou é Nathalie uma jovem esposa e apaixonada, cujo romance foi perfeito desde o começo, e o casamento parece caminhar para o mesmo caminho até o momento em que a vida lhe prega uma surpresa. 

Então, Nathalie se transforma em uma amarga, fechada, workaholic e desejada viúva. E em seu mundo de trabalhos e poucas amizades - mas muitos desejos masculinos -, Nathalie novamente será surpreendida pela vida, desta vez o presente é o sueco Markus (François Damiens). O romance entre os dois segue de maneira inesperada e com características nada semelhantes ao vivido com seu marido, agora falecido, e muito menos outros romances no cinema.

Markus não é o tipo bonitão por qual Nathalie fatalmente se apaixonaria, mas a situação prova o quanto no coração não mandamos em absolutamente nada. Na agradável história é possível se animar e torcer por Markus, bem como se divertir com seu jeito desengonçado e com situações inusitadas vivenciadas pelo casal. O melhor, Markus traz um ritmo ao filme sem igual, encaixando perfeitamente com a mudança na vida de Nathalie.

A direção foi feliz em tomar este cuidado, isto é, representar em tela os sentimentos vividos por Nathalie no momento em que tudo estava realmente acontecendo. O seu romance perfeito, a sua perda e a nova conquista. Pouco à pouco nos envolve e temos um uma delicada história sendo contada respeitando as mudanças da jovem viúva.

Tautou ainda traz lembranças de seu momento Amélie Poulain e François consegue dar mais força à sua habilidade na comédia, sem ser forçado, pelo contrário, de uma naturalidade cotidiana. Já visto em Como arrasar um coração (França, 2010) porém lá, em um papel menor, aqui ganha atenção mais do que merecida. 

Um filme para se apaixonar e voltar a sonhar com lindas histórias de amor, sem exagerar dos clichês, sem ser meloso e mostrando o quanto o amor realmente age de modo delicado, divertido e profundo.


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