MediaOn 2011 | 2ºDia | 4ªmesa


Sérgio Martins, Marcos Maynard, André Jung, Tata Aeroplano e Claudio Prado | 
Foto Carolina Teixeira
A última mesa do dia foi a mais movimentada e, talvez, a mais polêmica - em alguns momentos achei que sairiam murros e pontapés. Na roda a questão era "a música além da mídia". Entre tristezas e alegrias do que a internet fez com a música os quatro convidados mostraram o quanto ainda existe dificuldades em lidar com esta realidade.

Cada um gosta de uma música, e não necessariamente de um cd inteiro. Para Sérgio Martins,  crítico de música da revista Veja, a relação com o todo tem se apagado com o decorrer do ano, mas a própria indústria fonográfica antecipou esta situação, no momento em que preferiu investir em adolescentes a dar atenção aos fetichistas. E esta dificuldade de envolvimento real com a música é tão intensa que chegou as críticas das mesmas, com sua "ausência de profundidade, sendo cada vez menos respeitadas e levadas em consideração".

Para Marcos Maynard, fundador da Maynard Enterprises e empresário da banda Restart, o mercado exige das gravadoras um comportamento dinâmico, em que possa se reiventar quando necessário para lidar com as novas tecnologias. Contudo, a facilidade de se lançar no mercado sem alguém por traz acaba sendo uma via de mão dupla, já que não existe um filtro profissional para avaliar a qualidade musical. Sérgio Martins aproveitou a discussão para contar que chega a receber 40 a 50 discos por semana para avaliar, isto é, a ausência de um filtro o obriga, como crítico, a perder um pouco de tempo com algo que era pré-selecionado por profissionais.

Apesar das reclamações de gravadoras e jornalistas no controle de novos atores musicais, a realidade digital tem sido muito bem aproveitada pelos músicos, "para mim, como músico, estamos vivendo um momento fantástico", comenta Tata Aeroplano, músico independente da banda Jumbo Elektro. A independência permite a divulgação de  seu som para várias partes do país além da facilidade para compartilhar músicas. Porém, Tata observa que até por ser um universo mais 'fácil' o músico precisa se superar para conquistar seu público. O trabalho árduo e o investimento na qualidade do som não são jogados de lado devido a facilidade de se postar uma música na internet.

O produtor musical Claudio Prado foi o grande "causador" da mesa, entre assuntos de corrupção na música, gostos musicais e apoio à música independente, Prado constantemente mostrou uma postura de defesa as novas alternativas oferecidas pelas mídias digitais para descobertas musicais e divulgação da música. Vendo a internet como um importante espaço para as pessoas falarem aquilo que desejam. A possibilidade de sair das críticas musicais ditadas pelos meios tradicionais para ter mais vozes opinando sobre determinado som.

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