Peças de teatro costumam durar 45 minutos a uma hora. Cada uma com sua função, seja drama, comédia, romance ou musical, sabemos ter pagado, ou recebido um ingresso, por alguns instantes de entretenimento.
Contudo, até onde este tempo é entretenimento? O quanto aguentamos parar nosso tempo para assistir uma apresentação e, quanto estes personagens estão dispostos a gastar seu momento conosco.
Caco Ciocler tem exatos 45 minutos para nos entreter. Mas, nem tudo é o que parece ser. Estamos falando de um personagem em crise profissional, com questionamentos sobre qual sua função real no mundo das representações. Qual a razão das pessoas gastarem seu tempo como espectadores?
Inicialmente tenta nos convencer a ir embora, porém, sua tentativa é em vão. Já estamos fisgados pela curiosidade em saber qual fim levará sua atuação.
Em um drama muito bem elaborado, o monólogo apresentado por Ciocler é um tanto depressivo e incrivelmente envolvente. O questionamento sobre o tempo, sobre o que fazemos dele é inevitável. As enrolações possíveis em uma apresentação de teatro se tornam realidades e são discutidas pelo ator decadente.
Uma risada forçada para salvar a pele do artista interage a plateia, Shakespeare se torna necessário bem como grandes pensadores para dar conteúdo aos 45 minutos exaustivos e lentos. O minuto final parece não passar e ao visualizarmos ele em um relógio digital parece ganhar um ritmo mais parado ainda.
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