Côco na calçada

Mais uma vez lá estava ele do outro lado da rua com seu cãozinho inofensivo e incrivelmente necessitado de liberar suas substâncias desagradáveis na frente da minha casa...de novo! Até aí, faz parte da necessidade biológica do bichinho não é verdade?! Mas, poxa vida, o dono bem que podia criar o hábito de levar uma sacolinha para recolher a sujeira.

Desta vez não aguentei. Foi mais forte do que eu, a sua falta de civilização e ausência de bom senso me fizeram tomar uma atitute, afinal de contas, é preciso começar por nós, talvez assim, e somente assim, o mundo possa dar passos mais longos rumo a melhora - pelo menos, é o que dizem!

Entrei, peguei um saquinho de mercado (outra boa utilidade para estes saquinhos extintos) e fui até a calçada. Aguardei. Esperei. Então, após a concentração de fezes do cão, me agachei e mostrei o significado do ser cidadão.

O dono fez cara feia, na verdade, parecia ter odiado o fato de eu ter realizado a limpeza. Seus olhos me consumiam, me fuzilavam e me acusavam de estar roubando a privacidade de seu animal de estimação.

Não liguei. Olhei em direção a minha casa por uns segundos, porém, meus pés me levaram para outro lugar. Caminhei, segui o cachorro e seu dono. Mantive certa distância, alguns momentos me escondi, precisava surpreender.

Então, eles chegaram no lar-doce-lar. Uma belezinha, a calçada tão bem lavada, tão cheirosa, como se ali não residissem um cachorro e um porco. Enquanto o cachorro aguardava o portão ser aberto e o dono girava a chave no portão, eu calmamente abri o meu saquinho e distribui, gradativamente, a necessidade biológica naquela linda e adorável calçada.

O dono e o cachorro só deram conta de tudo quando já estavam do outro lado do portão. Terminei, bati uma mão na outra - para limpá-las -, dobrei o saquinho - para jogar no lixo mais próximo -, olhei para ele, um olhar compreensivo, amigável, bem diferente dos dele para mim. E, parti!

Ele ficou tão em estado de choque, bem como seu cachorro, que não teve tempo de reagir, e claro, eu não ficaria ali para ele voltar em si. Voltei para casa com a sensação de dever cumprido.

E viva a civilização!

1 Comentários

  1. Cada coisa que a sociedade nos faz passar, o legal é que tem pessoas que levam isso ao humor e nos fazem rir demais encontrei um monte de coisa falando sobre esse ato de deixar o cocô do seu cachorrinho na rua e ri demais aqui com minha família, olha um exemplo esse foi legal e educativo
    http://temporadafora.com/vlog/episodio-2-campos-minados

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