Vida de Cachorro

Chegaram dois guardas vestidos de preto com seus radinhos e cassetetes, com cara de poucos amigos e a voz grossa imposta para esclarecer quem mandava em quem. O ser estava no lugar errado, não deveria ficar ali, seria empurrado, educadamente, até a porta de saída.

No metrô não há moleza, apesar de ser um lugar público, é para poucos. Logo, num piscar de olhos é possível ver a agitação para colocar ordem na desordem (não que funcione 100% nos horários de pico).

E mesmo aos choros e ganidos, alguns dribles aqui, outros ali, os guardas não desistiram. Bloquearam a passagem e com a ajuda das mãos falavam:

- Passa, passa, passa...

O cachorro não teve escapatória. Só queria cortar caminho, achava melhor ir para Sé pela linha vermelha, ao invés de caminhar até a praça central. Mas não foi dessa vez. Mal sabe ele que naquele horário, os guardas lhe fizeram foi um grande favor, caso contrário seria facilmente pisoteado pelos trabalhadores das 18h.

1 Comentários