O prédio 46

Era um prédio completamente diferente, pela primeira vez encarava aquele mundo sozinha. Não estava acostumada a tomar decisões e não ter ninguém conhecido por perto. Como era bonito e assustador.

O prédio tinha um estilo europeu, outros abusavam da exposição dos tijolinhos avermelhados; tudo criava um rico contraste com o verde das plantas e o amarelo-alaranjada do brilho do sol. Eu caminhava lentamente, com meu material em mãos, tentando não parecer tão novata, mas com a leve sensação de informação tatuada na testa.

As pessoas iam e vinham em ritmo acelerado. A aula estava marcada atrás do prédio 46, não me lembrava de nenhum laboratório por lá, mas, como não conhecia ninguém segui em frente.

Foi uma visão maravilhosa e surpreendente. Todos sentados no chão, formavam uma meia lua e o professor ficava no centro dessa circunferência não fechada. O vento agradável foi suficiente para trazer boas inspirações. Sentei e abri meu caderno. Me lambuzei com as palavras proferidas por um alguém de origem desconhecida.

Me senti tão à vontade, tão eu mesma... Quando dei por mim estava produzindo, escrevendo suavemente descontrolada. Então levei um susto ao sentir uma respiração mais profunda e observar alguém do meu lado. Olhei rapidamente o todo e não tinha mais ninguém, somente eu e ele!

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