Nosso Idioma

André Abreu
Neste feriado de 7 de setembro, visitei em São Paulo o famoso Museu da Língua Portuguesa e digo que, sendo ou não dia de folga, vale a pena conhecê-lo. Nossa língua, talvez, tenha sido a melhor demonstração da independência de Portugal, pois demos o famoso jeitinho brasileiro para que o idioma ficasse com a cara do país.
Carolina Teixeira

Passear pelo Museu da Língua Portuguesa é descobrir os vários formatos que compõem o português do Brasil, pois, de certa forma, conseguimos adicionar detalhes que tornam o idioma tão pessoal, mesmo sob influência do português de Portugal e também o latim, a língua-mãe.

Desde 2006, o museu - que é dividido em três andares - tenta, de maneira lúdica, aproximar a língua portuguesa dos brasileiros. É um projeto bastante interessante, se pensarmos que brigamos para que nossos cidadãos tenham mais contato com a leitura. E parece que tem dado certo. Os fins de semana e feriados costumam ser os mais movimentados. Aos sábados, dia em que a entrada é grátis, é fila na certa.
Carolina Teixeira
O local atrai curiosos para compreender como chegamos a falar o que falamos e também para entender a constante mutação de nosso vocabulário. A dica para começar a visita é ir direto ao terceiro andar , que tem um belo auditório onde se reproduz um filme sobre a origem e a praça da língua; é onde as palavras começam a criar vida.

Siga para o segundo piso e gaste tempo no paredão de 106 metros de extensão. Lá, as imagens e os sons produzidos conversarão com você, para mostrar que nossa língua, no dia a dia, é de uma riqueza contínua. Os banquinhos, à frente do telão, lhe darão o conforto necessário.
André Abreu
Mas não pare por aí: você ainda encontrará uma explicação cronológica sobre a língua, bem como conhecerá os vários modos de falar português dentro de um mesmo Brasil. Ainda poderá brincar de construir termos e ver seus significados no beco das palavras.

As exposições temporárias ficam no primeiro andar. Atualmente, até 30 de janeiro de 2011, Fernando Pessoa, Plural Como o Universo está em cartaz no pequeno espaço. São vários poemas, textos e personas em um mesmo lugar. Então, se conseguir ir em horários menos movimentados, melhor. Caso contrário, respire fundo, pois é tudo um pouco espremido.

A exposição utiliza muitos recursos tecnológicos para construir, letra por letra, poemas em suas paredes. Também possibilita que você veja os antigos manuscritos de Fernando Pessoa em grande formato - e digital.
André Abreu
Para os que já são apaixonados pelas variantes de um mesmo poeta, talvez não haja tanta novidade. Apesar disso, ver os manuscritos originais mexe um pouco com os admiradores. Para aqueles que só ouviram falar da fama do personagem lusitano, é um excelente momento para explorar seus homônimos e/ou heterônomos, e escolher o seu preferido.

O espaço consegue tornar a língua mais gostosa para ser aprendida e compreendida. Eu não fui para uma aula chata de gramática, mas para um emaranhado de descobertas daquilo que sai, diariamente, da minha boca.

Museu da Língua Portuguesa (Próx. Estação da Luz)
Bilheteria: de terça a domingo, das 10h às 17h.
Museu: de terça a domingo, das 10h às 18h. Não abre às segundas-feiras.
Valor:
R$ 6,00
Estudantes com carteirinha pagam meia-entrada. Professores da rede pública com holerite e RG, crianças até 10 anos e adultos a partir de 60 anos não pagam ingresso. Não há venda antecipada de ingresso. Aos sábados, a visitação ao museu é gratuita.

1 Comentários

  1. É gostoso ler algo gostoso. Algo que tem riqueza de informação, mas não se torna pesado. Quem não visitou o referido museu, irá com certeza encontrar nas suas palavras um bom motivo para ver Fernando e outras pessoas.

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