Digna Segunda

O despertador tocou pelo menos umas quatro vezes. O despertar foi lento, o caminhar até o chuveiro mais próximo, pior que tartaruga. O botão slow motion estava emperrado. Indo contra o movimento do dia, o ônibus chegou na hora. Mas não foi o suficiente.

Olho pesou, uma hora dormindo. Mais um pouco perdia o ponto final, se é que isso é possível. Já no metrô, bastou entrar para ver as luzes sendo apagadas e alguém anunciar 'paramos para aguardar o recolhimento de objeto na vida da estação à frente'. Perfeito, nem estava calor mesmo.

Então, mais um momento de contradição, não estava atrasada. Mesmo assim, sentia os nervos à flor da pele, enquanto o raciocínio não acompanhava mais nada e os passos pareciam tontos. Na banca, a revista ainda não tinha chegado. Na biblioteca a multa, por culpa do sistema, é emitida. R$24 - indignação. Além de não ser minha culpa é mais caro que o livro a ser entregue.

É preciso ir até o financeiro, o lugar serve apenas para emitir boleto, pagamento apenas nos bancos. Hum, então porque chama financeiro mesmo?! Não deveria ser apenas 'o lugar para emitir boletos', talvez, boleteiro. Burocracias.

A primeira aula salvou o dia. Porque o resto, mais estresse, até o computador resolveu não trabalhar. O sono aumentava proporcionalmente ao calor escaldante. A aula terminou tarde, maior correria para não encarar o pico, já sabendo da possibilidade de um metrô muito cheio.

Então, o dia resolveu sorrir. Metrô tranquilo, ônibus vazio saindo. Respirei fundo, encostei e dormi. Quando dei por mim, a costumeira viagem de duas horas, durou apenas uma.

Segundas são sempre uma caixinha de surpresa. Essa foi digna de Garfield só faltou a lasanha.

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