Cresço, logo, apareço!

Chegar à adolescência é um misto de entusiasmo e medo. Deseja-se muito a chegada dos dias que lhe darão mais festas e saídas com amigos, mas, teme-se o desconhecido e a exigência desta época.

Como se não bastasse o turbilhão de pensamentos que invadem a cabeça logo após apagar as velinhas, o corpo faz questão de informar a todos o que está acontecendo contigo. Os seios crescem, a voz engrossa, os hormônios estão desesperados por desejos que você nem compreendeu exatamente.

Quem você é, ou o quê virá a ser, teoricamente, será desenvolvido ali. Muita responsabilidade em um só momento. Então, lhe dizem que é preciso pensar na essência. Mas, como pensar na essência se o seu corpo parece dizer o contrário, ele se constrói para aparecer.

É a idade da imagem, não tem como negar. Acompanhando a ação natural do corpo, o resto é conseqüência. Roupas da moda, penteados que irão definir o seu grupo social. Comportamentos ditados pela internet e televisão.

Essa novidade não dá o tempo necessário de entender até onde vai o limite da construção de sua imagem na sociedade. Um dia você pode se sujar na lama, porque isso é ser criança, no outro, precisa fazer chapinha em seus cachos para ser notada e ser ‘normal’.

Mais do que ter seu valor existencial definido por sua aparência e, se ver dominado por um mundo de ‘belas’ imagens, como avaliado pelo pensador Vilém Flusser, a construção de si passa por uma briga com o próprio organismo. Antes de todos lhe dizerem a importância de como se vestir, o corpo se desenvolve com foco na aparência externa.

Para os que conseguem crescer equilibrando a importância do pensar com a imagem exposta, uma vitória plausível. Para os que ainda não compreenderam muito bem como tudo se passa e, semanalmente criam uma nova identidade para ser aceito, não se desespere. O tempo lhe ensinará que o corpo pedirá mais do que apenas aparência. Mesmo em uma sociedade dita como do espetáculo.

1 Comentários

  1. Anônimo4:08 PM

    Ah, hoje em dia é tão difícil ser adolescente... se vc não usa AQUELA roupa, não tem AQUELE acessório, naõ assiste AQUELE programa, definitivamente, vc é um ET. Omessa, os adolescentes não vivem dizendo que somos livres? Os proprios jovens estão se acorrentando em sua liberdade! Estão se tornando escravos da popularidade e da mídia! E depois a estranha sou eu? aafs'
    Gostei do post, Carolina. Hj, somos reflexo do mundo moderno que, a cada inovação, acaba se deteriorando em seus primórdios, esquecendo os valores que nossos pais nos ensinaram.
    Beeijos ♥

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