Cadeira de Balanço: Budapeste



"Eu via minhas palavras soltas na tela e, horrorizado, imaginava que elas me abandonavam" - José Costa



José Costa é um nome comum, para um brasileiro. Porém, não reflete uma normalidade quando veste o personagem de Chico Buarque em 'Budapeste'.

A estória passeia pelo sotaque carregado dos cariocas e a impossibilidade, porém, curioso idioma húngaro. Entre tentativas de lidar com as escritas diferenciadas, Costa se confunde em sua própria história. Um excelente gosth writer ou, um excêntrico autor de best-sellers?!

A narrativa bem ritmada permite um envolvimento, por parte do leitor, rápido. Não cansativo. Introduz uma literatura brasileira dinâmica, assim como é o próprio viver dos tupiniquins. Sair um pouco da literatura russa, francesa e americana para entrar no universo das palavras contemporâneas verde e amarelo pode ser relaxante. Fica simples e, em cerca de duas horas você já leu um livro de quase 200 páginas.

Não que isso desqualifique o livro, pelo contrário. A vontade é de continuidade. E, fica então compreendido a não existência de um resumo da história nas orelhas do encardenado mostarda. A estória perde sua graça se contada resumida, corre-se o risco de contar o que não deveria ser revelado...

Costa no final das contas é Kósta. Aqui pode ser somente uma forma diferente de escrever, ou, apenas a tradução do português para o húngaro, mas, na vida do personagem, vai muito além da diferença caligráfica.

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