Virada Cultural 2010 - Cordas

Carolina Teixeira
Mais uma Virada Cultural no currículo. Apesar de ter organizado, visto a programação antecipadamente, diferente do ano passado, nada foi como previsto. Mas, parece que Virada só tem sentido se não for tão previsível.

Descobri se tratar de um excelente momento para conhecer novos sons, performances, comportamentos, etc. Claro, se você conseguir ir no show do artista que tanto queria, mas, o bolso não deixou, será uma grande oportunidade.

A Virada terminou ao som de cordas nordestinas, do lado da bela Estação Júlio Prestes. Talvez, se ela pudesse expor seus sentimentos, mostraria gratidão. Por estar, pelo menos durante duas noites, em meio a atividade cultural e não a casos de polícia.

Geraldo Azevedo, Xangai, Elomar e Vital Farias seguraram um público grande e variado por cerca de duas horas. Eram bebês, crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos. Com direito a solicitação de BIS por parte da plateia. Esta cantarolou emocionada, Bicho de Sete Cabeças, Dona da minha cabeça e Ai que Saudade D'ocê. Para dar o tchau, com gosto de quero mais, Asa Branca.

Em Ai que Saudade D'ocê uma brincadeira com o mundo moderno. Logo após a frase 'Escreva uma carta pra mim, bote logo no correio...", Azevedo gritou: pode ser por e-mail também.

A simpatia e bom humor conquistaram o público, nem o vendedor ambulante escapou. A passos tímidos, cantarolava nos intervalos dos gritos:

- Olha a cerveja, o refri, a água...
- Quanto é a cerveja?

Sem perder o compasso, respondeu:
- É R$3,00 duas por R$5,00.
- Uma só por favor.
- Mas, fala, essa São Paulo é muito boa né?! Eita lugar bom para viver. Olha essa música...Eeee beleza!!!

Ainda empolgado, aceitou, menos de R$3,00 pela cerveja. A felicidade havia te dominado, junto com o dedilhar poético e nordestino. Não era para menos...tudo cooperava!

Eita Saudade...

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