Culpa da Lua

Ouço uma música, não a favorita, mas sua batida acústica possui ritmo e harmonia suficiente para colocar-me imaginativamente em seus braços. Começamos então um bailar suave. Acima de nós a lua cheia nos ilumina com seu brilho especial.

Sinto sua mão escorregando pelos meus ombros nus, passando em minhas costas, aconchegando-se em minha cintura. Sinto seu toque e a segurança de estar contigo. A música parece compreender nosso momento; fica intensa, porém, não menos calorosa, suave.

Seus dedos acariciam meus longos cabelos. Retribuo com um sorriso. Toco sua nuca e também brinco com seus cabelos. Aproximo meus lábios de seu pescoço. Sinto seu cheiro.

Minhas pernas enfraquecem, automaticamente, seus braços me seguram, como se tivessem completa consciência do quanto seu cheiro, seu toque, sua pele podem me dopar.

Estou com você, mesmo longe. Não penso em outro, não desejo outro. Sou surpreendida por brigas e desejos internos. Por sonhos futuros. Novamente, o medo surge. Dessa vez, com um sabor diferente, como se fosse meu tempero especial. Arrisco.

E, então, seu beijo apaixonado, quente, longo, devora-me. Fico sem fôlego, porém não o suficiente para impedir que meus lábios continuem com os seus.

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